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Prova Comentada – Português – ISS Betim

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José Maria03/03/2020

03/03/2020

Prezados Alunos,

Eis meus comentários para a prova de Língua Portuguesa do ISS Betim.
Tomei como referência a PROVA TIPO 1.

ATENÇÃO! Vejo possibilidade de recurso na questão 08.

Leiam com atenção minha fundamentação e evitem simplesmente copiar e colar os textos aqui apresentados. Utilizem minha argumentação como modelo tão somente e escrevam seus recursos com suas próprias palavras, tudo bem?

Fico na torcida pelo sucesso de vocês!

Grande abraço!

José Maria

Insta: @professorjosemaria

TEXTO 1

O que galáxias distantes dizem sobre a evolução do Universo
Observar galáxias distantes nos ajuda a montar o quebra-cabeça do Universo: quanto mais longe enxergamos, mais ao passado voltamos

Seria legal se pudéssemos passar um filminho revelando a história das galáxias e ver também como era a Via Láctea no passado. Mas, como não podemos, temos que observar as galáxias distantes e tentar montar o quebra-cabeça de como esses astros fantásticos evoluem.

O telescópio espacial Hubble é peça-chave para desvendar essa história. Com ele, conseguimos captar a luz com mais nitidez, já que ela não sofre interferência da atmosfera, mas mesmo assim temos que deixá-lo aberto por muito tempo para obter a luz fraquinha das galáxias distantes.

Em 1995, o ex-diretor do Hubble, Bob Williams, fez a primeira imagem das profundezas do Universo exatamente assim. A equipe do Hubble escolheu uma região do céu sem nenhuma estrela brilhante por perto para garantir que não interferisse na imagem das galáxias de fundo. E deixou o Hubble aberto durante dez dias captando a luz da mesma região. Uma região do céu que parecia totalmente vazia mostrou uma imagem incrível cravejada de galáxias.

O Universo é como se fosse uma “máquina do tempo”: quanto mais longe enxergamos, mais ao passado voltamos. Se vemos uma galáxia a 1 bilhão de anos-luz de nós, significa que a sua luz levou 1 bilhão de anos atravessando o espaço para chegar até aqui. Ou seja, estamos vendo a galáxia como ela era há 1 bilhão de anos, no passado, e não como ela é agora.

Desde a imagem histórica feita pelo Hubble, já tivemos muitas outras das profundezas do Universo. E elas revelam que as galáxias mais longínquas parecem bem pequenas por causa da distância, como era de se esperar, mas descobrimos também que elas são realmente menores e não possuem formatos bem definidos. Isso significa que elas crescem e se transformam com o tempo.

A galáxia mais distante já observada é a GN-z11, que está a 13,4 bilhões de anos-luz de nós! Ou seja, estamos vendo como ela era quando o Universo tinha apenas 400 milhões de anos. Ela fica na constelação de Ursa Maior e parece um pontinho vermelho na imagem do Hubble.

Essas galáxias muito distantes estão se afastando aceleradamente de nós, por isso vemos sua luz sempre mais avermelhada do que deveria ser. Porém, nem os olhos humanos nem o Hubble conseguem captar o extremo da luz vermelha que precisamos obter para ver mais além.

Por isso, necessitamos de instrumentos como o telescópio James Webb. Ele captará luz infravermelha e enxergará ainda mais longe que o Hubble. Seu lançamento está previsto para 2021, segundo a Nasa, e estamos muito empolgadas com a enxurrada de novas peças para ajudar a solucionar nosso quebra-cabeça galáctico.

01) No trecho “Uma região do céu que parecia totalmente vazia mostrou uma imagem incrível cravejada de galáxias”, do Texto 1, utiliza-se a figura de linguagem

(A) comparação.
(B) metonímia.
(C) metáfora.
(D) sinestesia.
(E) sinédoque.

Gabarito: Letra C
Note o sentido figurado na expressão “cravejada de galáxias”. Trata-se de uma metáfora, que consiste numa comparação subjetiva implícita.
Uma forma prática de constatar a metáfora é subtender a expressão “como se fosse”. É o que ocorre no trecho: … mostrou uma imagem incrível (como se fosse) cravejada de galáxias.

02) A reescrita do trecho “Essas galáxias muito distantes estão se afastando aceleradamente de nós, por isso vemos sua luz sempre mais avermelhada do que deveria ser.”, do Texto 1, mantém o sentido original quando se substitui a expressão em destaque por

(A) porque.
(B) assim.
(C) todavia.
(D) consoante.
(E) não obstante.

Gabarito: Letra B
O conector “por isso” tem valor semântico conclusivo. Na letra A, “porque” tem valor explicativo/causal; na letra C, “todavia” expressa oposição adversativa; na letra D, “consoante” tem valor conformativo; na letra E, “não obstante” tem valor concessivo.
A única opção com conector de valor conclusivo é a letra B.

03) Assinale a alternativa que apresenta corretamente a regra de formação de plural para o substantivo composto “quebra-cabeça”.

(A) Quando os termos componentes não se ligam por preposição, só o primeiro toma a forma plural.
(B) Quando o segundo termo da composição é um substantivo que funciona como determinante específico, só o primeiro toma a forma plural.
(C) Quando o primeiro termo da composição é um substantivo que funciona como determinante específico, só o segundo toma a forma plural.
(D) Quando a palavra composta é constituída de dois substantivos, ou de um substantivo e um adjetivo, ambos vão para o plural.
(E) Quando o primeiro termo do composto é verbo ou palavra invariável e o segundo substantivo ou adjetivo, só o segundo vai para o plural.

Gabarito: Letra E
O composto “quebra-cabeça” é formado por verbo acompanhado de substantivo. Nesse caso, somente o substantivo varia, resultando na construção “quebra-cabeças”.
A letra E é a opção que apresenta a correta justificativa, portanto.

04) Assinale a alternativa que classifica corretamente a oração subordinada do trecho “[…] quanto mais longe enxergamos, mais ao passado voltamos”, subtítulo do Texto 1.

(A) Oração subordinada adverbial proporcional.
(B) Oração subordinada adverbial consecutiva.
(C) Oração subordinada substantiva objetiva direta.
(D) Oração subordinada substantiva completiva nominal.
(E) Oração subordinada adjetiva restritiva.

Gabarito: Letra A
A presença do conector “quanto mais… mais” deixa evidente o sentido proporcional. A oração introduzida por essa locução é subordinada adverbial proporcional, portanto!

05) No trecho “E elas revelam que as galáxias mais longínquas parecem bem pequenas por causa da distância […]”, do Texto 1, a palavra “longínquas” pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido, por

(A) alhures.
(B) ábditas.
(C) algures.
(D) propínquas.
(E) contíguas.

Gabarito: Letra B

Primeiramente eliminemos aquelas opções que fogem do significado de “longínquas”, “distantes”.
As opções “algures” e “alhures” significam “em algum lugar” e “em outro lugar”, respectivamente. Já “contíguas” significa “próximas”, “vizinhas”. Esses três vocábulos não são tão exóticos assim.

Sobra para o candidato escolher (“chutar”) entre dois vocábulos de emprego bastante erudito: “ábditas” – que significa “afastadas”, “distantes” – e “propínquas” – que significa “próximo”, “vizinho”.

Muito difícil acertar conscientemente essa questão, pois “ábditas” e “propínquas” são vocábulos de pouquíssimo emprego até mesmo nos textos mais pomposos. Resta ao candidato o “chute”, a não ser que ele conheça essas duas palavras, algo raro convenhamos.

Texto II

06) Assinale a alternativa correta.

(A) A ideia central do Texto 1 é a de que não sabemos exatamente como o universo é formado.
(B) O Texto 2 apresenta uma reflexão sobre a pequenez dos personagens diante do universo.
(C) Os Textos 1 e 2 são isentos de posicionamento em relação às suas respectivas temáticas.
(D) Os Textos 1 e 2 apresentam pontos de vista destoantes sobre a compreensão do universo.
(E) O Texto 1 e o Texto 2 congregam o mesmo entendimento sobre a origem dos planetas no universo
.

Gabarito: Letra B

Analisemos letra a letra:

Letra A – A ideia central do Texto 1 é a de que não sabemos exatamente como o universo é formado.
ERRADA – A ideia central do texto 1 é que o homem tem buscado o entendimento acerca do universo por meio da observação de galáxias distantes.


Letra B – O Texto 2 apresenta uma reflexão sobre a pequenez dos personagens diante do universo.
ERRADA – O que se frisa de forma bem-humorada na tirinha não é propriamente a pequenez dos personagens, mas sim a angústia de um deles diante do desconhecido universo.

Letra C – Os Textos 1 e 2 são isentos de posicionamento em relação às suas respectivas temáticas.
ERRADA – Enquanto que o texto I enfatiza a tentativa do homem em conhecer o universo, o texto II enfatiza o medo do desconhecido.

Letra D – Os Textos 1 e 2 apresentam pontos de vista destoantes sobre a compreensão do universo.
CERTA – Como dito, o texto I mostra o homem na tentativa de conhecer o universo por meio da observação de galáxias. No texto II, o homem (representado pelas cobrinhas) se mostra angustiado diante do desconhecido.
Há visões, portanto, destoantes (divergentes): na primeira, o universo é tido como algo a ser explorado; na segunda, como algo desconhecido e misterioso.

Letra E – O Texto 1 e o Texto 2 congregam o mesmo entendimento sobre a origem dos planetas no universo.
ERRADA – Como dito anteriormente, são visões distintas sobre o universo trazidas pelos dois textos.

07) Em relação ao emprego do acento agudo, assinale a alternativa correta.

(A) “Fora” não recebe acento agudo, pois é uma palavra paroxítona terminada em “a”.
(B) “Bola” não recebe acento agudo, pois é uma palavra oxítona terminada em “a”.
(C) “Universo” não recebe acento agudo, pois é uma palavra proparoxítona terminada em “o”.
(D) “Espaço” deveria receber acento agudo, porque é uma palavra paroxítona terminada em “o”.
(E) “Fim” não recebe acento agudo, porque é uma palavra paroxítona terminada em “m”.

Gabarito: Letra A

Letra B – ERRADA – “Bola” não recebe acento agudo, pois é uma palavra oxítona paroxítona terminada em “a”.
Letra C – ERRADA – “Universo” não recebe acento agudo, pois é uma palavra proparoxítona paroxítona terminada em “o”.
Letra D – ERRADA – “Espaço” NÃO deveria receber acento agudo, porque é uma palavra paroxítona terminada em “o”.
Letra E – ERRADA – “Fim” não recebe acento agudo, porque é uma palavra paroxítona monossílaba terminada em “m”.

A única justificativa correta é a da letra A. A palavra “bola” é paroxítona e todas as paroxítonas são acentuadas, com exceção das terminadas em A(S), E(S), O(S), EM, ENS e DITONGOS.

08) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) O “que” empregado no trecho “Atravessamos o espaço numa bola que não controlamos […]”, do Texto 2, é um pronome relativo.
( ) O “que” empregado no trecho “Atravessamos o espaço numa bola que não controlamos […]”, do Texto 2, é uma conjunção integrante.
( ) Quando exerce a função de demonstrativo, o “que” pode ser precedido por pronomes demonstrativos.
( ) Quando funciona como conjunção, o “que” pode exercer diferentes funções sintáticas.

(A) V – V – F – V.
(B) V – F – V – F.
(C) F – V – F – V.
(D) V – V – F – F.
(E) F – F – V – V.

Gabarito Oficial: Letra B (Possibilidade de Recurso)

(V) O “que” empregado no trecho “Atravessamos o espaço numa bola que não controlamos […]”, do Texto 2, é um pronome relativo.
De fato, é possível trocar “que” pela forma “a qual”. Trata-se de um pronome relativo, que retoma o antecedente “bola”.


(F) O “que” empregado no trecho “Atravessamos o espaço numa bola que não controlamos […]”, do Texto 2, é uma conjunção integrante.

Como dito anteriormente, o “que” exerce função de pronome relativo.

(F) Quando exerce a função de demonstrativo, o “que” pode ser precedido por pronomes demonstrativos.

O “que” não exerce função de pronome demonstrativo.
Provavelmente a banca quis dizer “relativo”, fazendo menção à construção “o que”, em que o “o” – equivalente a “aquilo” – funciona como demonstrativo e o “que”, como relativo.
É o que ocorre em construções do tipo: “Fiz o que pude…”; “Comentei o que era importante…”

Esse item deveria ser falso, portanto!

(F) Quando funciona como conjunção, o “que” pode exercer diferentes funções sintáticas.

A conjunção não exerce função sintática. Quem exerce função sintática é o pronome.

Pelo exposto, a sequência correta deveria ser V – F – F – F. Como não há essa opção, sugerimos anulação da questão.
Como dito anteriormente, muito provavelmente a banca quis redigir no terceiro item o seguinte: Quando exerce a função de demonstrativo relativo, o “que” pode ser precedido por pronomes demonstrativos.

09) A partir da análise do trecho “Nossa condição não é tão angustiante assim…”, do Texto 2, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. Emprega-se um verbo de ligação.
II. O verbo empregado é irregular.
III. O verbo está conjugado na terceira pessoa do singular e o tempo é o presente do indicativo.

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas II e III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.

Gabarito Oficial: Letra E

I. Emprega-se um verbo de ligação.
CERTA – Há presença do verbo SER, na flexão “é”.

II. O verbo empregado é irregular.
CERTA – O verbo SER é classificado como ANÔMALO, uma categoria de verbo IRREGULAR. Ele não possui padrão de radical algum.

III. O verbo está conjugado na terceira pessoa do singular e o tempo é o presente do indicativo.
CERTA – De fato! Essa descrição diz respeito à forma “é”.

10. O termo “num”, empregado algumas vezes no diálogo do Texto 2, é exemplo de qual tipo de variação linguística?

(A) Diastrática, relacionada à faixa etária.
(B) Diastrática, relacionada ao sexo masculino.
(C) Diafásica, relacionada às circunstâncias das interações verbais.
(D) Diatópica, relacionada às diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico.
(E) Deôntica, relacionada às transformações fonológicas por que passou a língua.

Gabarito Oficial: Letra C

Tanto as forma “num” como “em um” são corretas. No Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa, consta a palavra “num” como contração de “em” e “um”.

A Gramática, portanto, abona o emprego de ambas as formas na comunicação formal.

Ocorre que, no cotidiano da fala, a forma “em um” soa mais formal do que “num”. Levando em conta, portanto, a linguagem corrente, podemos dizer que o emprego da forma “num” se apresenta em situações mais informais, o que sinaliza uma variação diafásica, descrita no item como relacionada às circunstâncias das interações verbais.


José Maria

José Maria

Professor de Língua Portuguesa para concursos há 10 anos. Atuou como Consultor de Língua Portuguesa na CNI (Confederação Nacional da Indústria) no Projeto Educação Livre. É autor de livros e materiais didáticos para ENEM e Concursos Públicos. Formado em Engenharia Eletrônica pelo ITA.

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