Concurso PRF: de acordo com a banca, habilitada PCD é “incapaz de dirigir”; veja mais casos

Após apresentar diversos erros grotescos nas avaliações de saúde da ampla concorrência, o concurso PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o Cebraspe, agora, são alvos de reclamações por parte de candidatos PCD.

A equipe de jornalismo do Direção Concursos foi procurada pelo grupo que representa o direito de concorrentes com deficiência em concursos policiais e possui quase 100 aprovados nas primeiras etapas do certame da PRF.

Concursos PRF: veja os casos

Em um dos casos em que a junta médica da banca Cebraspe concluiu que a candidata era inapta, a banca conclui que a concorrente monocular é incapaz de “dirigir a viatura”, “ajustar espelhos da viatura”, “respeitar normas de sinalização” ou “verificar nível dos pneus”, sendo que a interessada em questão possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) expedida pelo Detran.

Além disso, de acordo com o documento que reprova a candidata do concurso PRF por ser monocular, ela ainda não seria capaz de, entre outros motivos:

• identificar uma obra na rodovia e solicitar verbalmente o responsável para adequar sinalização;
• realizar o manejo adequado de animais soltos na via;
• averiguar funcionamento de equipamentos como radar eletrônico;
• solicitar documentação de veículos; e
• identificar distúrbios civis.

De acordo com o grupo que representa candidatos PCDs, apenas dois candidatos foram considerados aptos, em um universo de 95 concorrentes. “Simplesmente colocaram um ‘ctrl c, ctrl v’ nas justificativas. Tem monocular que sequer foi considerado PCD, por exemplo. São os motivos mai esdrúxulos possíveis. Se isso causou tanta repulsa e indignação na ampla, imagina em nós, que vivemos isso há anos”, relata um representante do grupo.

Em um caso de um candidato do concurso PRF com deficiência auditiva unilateral, a comitiva afirma que o Cebraspe vai contra a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. “Eles usam uma interpretação errônea de um esclarecimento da Carmen Lúcia pra se valer das eliminações”. Confira aqui do que se trata.

Vale lembrar que, na ampla concorrência, o Cebraspe identificou “falta de rim”, “amputação” e outras situações inexistentes, o que gerou revolta nas redes sociais. Cabe citar, também, que o concurso PRF está suspenso por decisão judicial em um caso envolvendo cotas para negros.

Deficiente ou não?

Em outro caso, uma candidata PCD física foi considerada “inapta” na avaliação médica. Acontece que a mesma concorrente não foi considerada deficiente na avaliação biopsicossocial. Confira a justificativa da junta médica:

A banca afirmou, ainda, por meio de comunicado oficial, que vai corrigir os problemas apresentados nas avaliações médicas:

Em entrevista recente ao Direção, uma representante do grupo representante dos PCDs explicou as principais demandas no concurso PRF e em outros editais. Confira abaixo:

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