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Em audiência na Câmara, organizações pedem novo concurso INSS

Em audiência na Câmara, organizações pedem novo concurso INSS

(Brasília – DF) Em audiência da Câmara dos Deputados, ocorrida nesta terça-feira (24/9) na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, organizações criticaram medidas tomadas pelo governo a respeito do INSS e reforçaram a necessidade de um novo concurso INSS.

Entre os temas em pauta estavam o déficit de servidores, a ineficácia da digitalização dos serviços e a necessidade de reposição de servidores.

A sugestão dos sindicatos é realizar um concurso para 10 mil servidores, com cadastro reserva de 9 mil, de acordo com Daniel Emmanuel, diretor da Fenasps. O Ministério Público Federal é, inclusive, favorável a uma seleção com esse alto número.

“Esta pauta da necessidade de concursos públicos é fundamental”, diz dirigente da Contag

De acordo com a Edjane Rodrigues, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a confederação tem lutado pelo concurso público do INSS.

“Temos muitos servidores se aposentando, mas o INSS não tem feito concursos públicos. Isso tem causado o fechamento de agências, muitas vezes, do interior. E isso tem afetado muito o acesso de trabalhadores e trabalhadoras rurais, aos segurados especiais, tendo em vista que o atendimento presencial sempre foi referência para os segurados especiais”

A dirigente ainda reforça a necessidade de debater sobre a possibilidade de um concurso INSS. “Essa pauta da necessidade de concursos públicos é fundamental, principalmente, para que a gente consiga implementar a política de proteção previdenciária para os trabalhadores e trabalhadoras“.

Pacotes completos para o INSS

“Precisamos que os órgãos tenham a quantidade de servidores suficiente”, diz deputado Carlos Veras

O deputado Carlos Veras, do PT de Pernambuco, foi quem requisitou a audiência desta terça-feira (24/9). Segundo o deputado, “estamos em uma época de desmonte do serviço público, de ataque ao servidor público, de criminalização ao servidor público”.

O deputado denuncia que a falta de servidores no INSS tem se mostrado prejudicial, inclusive, aos trabalhadores que ainda estão no órgão.

“Há metas abusivas, abuso moral, perseguição, precarização do trabalho, redução do próprio salários e das condições do próprio trabalhador”, critica.

Com a PEC do Teto dos Gastos, Carlos Vera reconhece que há a inviabilidade de concursos públicos para o Estado. No entanto, ele afirma que “para ter uma política pública de qualidade, um serviço público de qualidade, precisamos ter os servidores valorizados. Precisamos que os órgãos tenham a quantidade de servidores o suficiente“.

“Estamos na expectativa do MPF forçar a barra”, conta dirigente da Fenasps

O dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Moacir Lopes, denunciou a situação crítica do INSS e questionou as medidas feitas pelo governo federal.

“O governo tentou colocar todo o trabalho do INSS na via digital ou via convênios, como a OAB”, relata. No entanto, as medidas não tiveram tanta eficiência devido à falta de servidores no INSS. “Fomos aposentando quem já tinha o tempo. Já saíram cerca de 40% de servidores ativos no último período“.

O propósito da Fenasps é mostrar ao governo que as medidas não são suficientes e que é necessária a realização de outro concurso.

“O INSS atual tem focado na parte digitalizada, de tirar a população das agências, mas mantemos essa insistência [de um novo concurso] porque temos uma experiência o passado“, explica o dirigente.

De acordo com Moacir Lopes, mesmo com a digitalização, “é preciso de alguém que opere a máquina”.

E por lei, são os servidores do INSS que fazem a análise e concessão de benefícios. Os convênios com conselhos de outras classes não resolverão a questão. “Estamos na expectativa do Ministério Público forçar a barra para que o TCU abra um concurso emergencial ou preencha aquilo que é mais importante”.

Segundo o dirigente das Fenasps, há um déficit de 16 mil servidores e mais de 7 mil já estão aptos a se aposentarem.

“O INSS tinha locais em que eram encontrados sete, dez a quinze funcionários. Hoje, só encontram quatro, cinco e até dois. Uma cidade com 50 mil habitantes com dois funcionários, não dá conta da tarefa”, denuncia.

Além disso, o dirigente aponta que a digitalização não é um meio de inclusão total. Afinal, há cidadãos que não têm acesso pleno a internet.

Outras falhas da digitalização apontadas por Moacir Lopes refere-se à nacionalização do sistema. Ou seja, um processo aberto em Brasília pode ser analisado em Amazonas, o que causa dificuldades em analisar concessão de benefícios.

É o caso do BPC por invalidez. “Esse tipo de benefício requer conhecer a pessoa, o histórico do trabalho dela. Como vai dar esse benefício para uma pessoa sem saber quem ela é?“, questiona Moacir Lopes.

Pacotes completos para o INSS

Situação atual do concurso INSS

O MPF entrou com Ação Civil Pública contra a União para que o INSS tomasse medidas para suprir o déficit de servidores, após a recomendação ter sido negada. Entre os pontos levantados, estavam a exigência de contração de servidores temporários e a realização de um novo concurso.

Na Ação Civil, o MPF demonstra que as medidas tomadas para agilizar o atendimento, como a digitalização dos serviços, não trouxeram os resultados esperados. A audiência de mediação está marcada para o início de outubro, entre o MPF e a União.

Colaborou: Maurício Sá

Larissa Lustoza

Larissa Lustoza

Graduada em Jornalismo, já foi estagiária na área de Assessoria de Comunicação na Secretaria de Cultura do Distrito Federal, repórter por um ano no projeto de extensão da faculdade e estagiária no jornal online Metrópoles. Além disso, possui habilitação em design gráfico e em Lei de Acesso à Informação.

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