Marcus Felipe • 11/02/2021
11/02/2021Fala pessoal, tudo bem? Aqui é o prof. Marcus Felipe e segue abaixo meus comentários sobre a prova de Auditoria Governamental do concurso do TCE RJ (especialidade: controle externo).
Achei a prova bem tranquila e sem surpresas, algumas questões poderiam ser resolvidas apenas com intuição e um compreendimento geral da nossa disciplina.
Vamos lá?
Questão: Os controles internos administrativos implementados em uma organização devem prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão.
Resolução: vimos na aula 03 que os controles internos administrativos compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos relacionados com a eficiência e efetividade operacional, bem como o respeito e a obediência às políticas administrativas. Relacionam-se às ações ligadas ao alcance dos objetivos da entidade. Em outras palavras, são instrumentos auxiliares de gestão, o que torna a questão correta.
Gabarito do professor: correto.
Questão: A contribuição da Auditoria Operacional limita-se ao aperfeiçoamento da transparência, economicidade e eficiência dos processos.
Resolução: o erro da questão está na palavra “limita-se”, pois sabemos que a Auditoria Operacional abrange mais aspectos. Vimos na aula 10 que a Auditoria de Natureza Operacional (ANOp) é o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão pública.
Além das quatro dimensões de desempenho examinadas, outras, a elas relacionadas, poderão ser explicitadas em razão de sua relevância para a delimitação do escopo das auditorias operacionais. Aspectos como a qualidade dos serviços, o grau de adequação dos resultados dos programas às necessidades das clientelas (geração de valor público), equidade na distribuição de bens e serviços podem ser tratados em auditorias operacionais com o objetivo de subsidiar a accountability de desempenho da ação governamental.
Gabarito do professor: errado.
Questão: A Auditoria de Conformidade envolve exclusivamente a parte responsável pela gestão dos recursos públicos, os analistas de controle externo e o auditor chefe do tribunal de contas.
Resolução: questão que não faz o menor sentido. Aprendemos na aula 01 que um trabalho de asseguração (auditoria) envolve os seguintes elementos:
(a) Relação de três partes envolvendo o auditor independente, a parte responsável e os usuários previstos;
(b) Objeto apropriado;
(c) Critérios aplicáveis;
(d) Evidências apropriadas e suficientes; e
(e) Relatório de asseguração escrito no formato apropriado ao trabalho de asseguração razoável ou de asseguração limitada.
Para a Auditoria de conformidade não é diferente. Na aula 08, vimos que, segundo a NBASP 100 (NBASP nível 2), mais especificamente na NBASP 400 (ISSAI 400), a Auditoria de Conformidade também é baseada em uma relação de três partes, na qual o auditor tem como objetivo obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, a fim de expressar uma conclusão com a finalidade de aumentar o grau de confiança dos usuários previstos, que não seja a parte responsável, acerca da mensuração ou avaliação de um objeto de acordo com critérios aplicáveis.
Vejamos a questão: A Auditoria de Conformidade envolve exclusivamente a parte responsável pela gestão dos recursos públicos (correto, seria o auditado), os analistas de controle externo (errado, pois os usuários previstos não são os analistas de controle externo, e sim as pessoas, organizações ou grupos destas para quem o auditor elabora o relatório de auditoria, que podem ser órgãos legislativos ou de controle, responsáveis pela governança ou o público em geral) e o auditor chefe do tribunal de contas (errado, pois não apenas o auditor chefe, mas o auditor que executa o trabalhopara obter evidência de auditoria apropriada e suficiente).
Gabarito do professor: errado.
Questão: O auditor deve montar a documentação em arquivo e completar o processo antes da data do relatório da auditoria.
Resolução: vimos na aula 03 que o Arquivo de auditoria compreende uma ou mais pastas ou outras formas de armazenamento, em forma física ou eletrônica que contêm os registros que constituem a documentação de trabalho específico.
Após a elaboração do relatório da auditoria para emitir sua opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve montar o arquivo final de auditoria.
Segundo a NBC TA 230, o auditor deve montar a documentação em arquivo de auditoria e completar o processo administrativo de montagem do arquivo final de auditoria tempestivamente após a data do relatório do auditor.
Gabarito do professor: errado.
Questão: Há risco de controle quando não se consegue evitar ou detectar erro ou fraude em um processo, mesmo que este tenha sido submetido a um efetivo controle interno.
Resolução: vimos na aula 02 que o Risco de Controle (RC) é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade. Ou seja, está relacionado ao trabalho do controle interno. É o risco de que, mesmo que os controles sejam efetivos, não consigam evitar ou detectar um erro ou fraude no processo.
Gabarito do professor: correto.
Questão: A estratégia de auditoria descreve o que fazer, e o plano de auditoria, como fazê-lo.
Resolução: questão sobre planejamento da auditoria. Vimos na aula 02 que o planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia global para o trabalho e o desenvolvimento de plano de auditoria.
A primeira etapa da atividade de planejamento é a definição da Estratégia Global de Auditoria. O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. Logo, conclui-se que o plano de Auditoria acontece depois do estabelecimento da Estratégia Global. Segundo a NBC TA 300, uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratar dos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade de atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor. Logo, infere-se que a estratégia descreve o que fazer, e o plano de auditoria, como fazê-lo, tornando a questão correta.
Gabarito do professor: correto.
Questão: O auditor deve modificar a opinião em seu relatório se não conseguir obter evidência apropriada e suficiente para concluir, por exemplo, que as demonstrações contábeis, tomadas em conjunto, não apresentam distorções relevantes.
Resolução: questão que trata dos relatórios com opinião modificada. Vimos na aula 05 que, segundo a NBC TA 705, o auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria se:
a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou
b) não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.
Vejam que são duas circunstâncias que remetem à modificação da opinião do auditor: a presença de distorções relevantes ou ausência de evidências para formar a opinião.
Gabarito do professor: correto.
Questão: Caso tenha dúvida sobre a continuidade operacional da empresa, o auditor deve incluí-la, em seu relatório, no parágrafo de opinião com ressalva.
Resolução: só pelo fato de não existir “parágrafo de opinião com ressalva” já poderíamos marcar a questão como errada. Existem dois tipos de parágrafos na estrutura do relatório da auditoria: Parágrafo de ênfase e Parágrafo de Outros Assuntos.
Quanto ao tema continuidade operacional, a responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, da base contábil de continuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional.
Assim, caso haja incerteza sobre a continuidade operacional e essa situação tenha sido descrita e divulgada apropriadamente pela entidade, temos uma opinião sem ressalvas com uma seção incerteza relevante relacionada com a continuidade operacional (IRCO) específica para detalhar as informações sobre continuidade operacional.
E se a entidade não fizer a divulgação adequada sobre uma incerteza significativa sobre a continuidade operacional nas suas DCs ou se a base contábil de continuidade operacional BCCO estiver inapropriada? Nesse caso, não estamos diante de uma situação que merece apenas um destaque nas seções específicas, mas de uma distorção que impacta a própria opinião. Dessa forma, a modificação da opinião é feita na seção “opinião” e o seu fundamento na seção “base para opinião”, e não mais na seção IRCO.
Resumindo, um assunto que gere incerteza sobre a continuidade, mas divulgado, poderá ser realçado adequadamente na seção específica sobre continuidade operacional no relatório (opinião sem ressalva + seção IRCO). Por outro lado, se a incerteza gera distorção relevante a ponto de modificar a opinião, devemos abordar o assunto na “opinião” e “base para opinião”.
Gabarito do professor: errado.
Questão: Efeito generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que não se restringem a elementos, contas ou itens específicos das demonstrações.
Resolução: vimos na aula 05 que, para fins das normas de auditoria, o termo generalizado é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos de distorções sobre as demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as demonstrações contábeis, se houver, que não são detectados devido à impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.
Efeitos generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que, no julgamento do auditor:
a) não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis;
b) se estiverem restritos, representam ou poderiam representar parcela substancial das demonstrações contábeis; ou
c) em relação às divulgações, são fundamentais para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários.
Gabarito do professor: correto.
Questão: Uma abordagem orientada a problema tem como foco examinar, verificar e analisar as consequências de problemas específicos ou de desvios dos critérios de auditoria.
Resolução: vimos na aula 08 que, de acordo com a NBASP 300 (ISSAI 300), a auditoria operacional geralmente segue uma das três abordagens:
– Uma abordagem orientada a sistemas, que examina o adequado funcionamento dos sistemas de gestão, por exemplo, sistemas de gestão financeira;
– Uma abordagem orientada a resultados, que avalia se os objetivos, no tocante a resultados ou produtos, foram atingidos como pretendido ou se os programas e serviços estão operando como pretendido;
– Uma abordagem orientada a problemas, que examina, verifica e analisa as causas de problemas específicos ou desvios em relação aos critérios.
A questão erra apenas pela troca da palavra “causa” pela palavra “consequência”.
Gabarito do professor: errado.
Questão: O gasto de 25.000 para o envio de uma equipe de fiscalização a um município distante, a fim de verificar a aplicação de R$ 9.000 de recursos públicos, contraria o princípio da relação custo/benefício do controle interno.
Resolução: vimos na aula 03 que o custo do controle interno não deve exceder aos benefícios por ele gerados. Dessa forma, devem ser estabelecidos controles mais sofisticados para transações de valores relevantes e controles mais simples para transações de menor materialidade e importância. Logo, não faz sentido a implantação de controles cujos benefícios sejam inferiores aos custos.
Gabarito do professor: correto.
Questão: Em auditorias realizadas regularmente, os procedimentos de monitoramento podem fazer parte da avaliação de risco do ano subsequente.
Resolução: Vimos na aula 08 que, segundo a NBASP 400 (ISSAI 400), os auditores devem monitorar os casos de não conformidade quando apropriado. Um processo de monitoramento facilita a eficaz implementação da ação corretiva e fornece um feedback à entidade auditada, aos usuários do relatório de auditoria e ao auditor (para futuro planejamento de auditoria). Em auditorias realizadas em bases regulares, os procedimentos de monitoramento podem fazer parte da avaliação de risco do ano subsequente.
Questão literal da norma.
Gabarito do professor: correto.
Questão: O auditor deve, como parte do planejamento ou da condução da auditoria, evitar discutir os critérios de auditoria com a entidade auditada.
Resolução: Vimos na aula 08 que, segundo a NBASP 100 (ISSAI 100), os auditores devem estabelecer uma comunicação eficaz durante todo o processo de auditoria. É essencial que a entidade auditada seja mantida informada de todas as questões relacionadas com a auditoria. Esta é a chave para o desenvolvimento de uma relação de trabalho construtiva. A comunicação deve incluir a obtenção de informação relevante para a auditoria e a disponibilização oportuna de observações e achados de auditoria à administração e aos responsáveis pela governança durante o trabalho. O auditor também pode ter a responsabilidade de comunicar fatos relacionados à auditoria a outras partes interessadas, tais como órgãos legislativos e de controle.
Já na aula 09, vimos que, de acordo com a NBASP 3000, o auditor deve, como parte do planejamento e/ou da condução da auditoria, discutir os critérios de auditoria com a entidade auditada. Os critérios de auditoria devem ser discutidos com a entidade auditada, porém, em última instância, a responsabilidade de selecionar critérios de auditoria adequados é do auditor.
A discussão dos critérios de auditoria com a entidade auditada serve para garantir que haja compreensão comum e compartilhada de quais critérios quantitativos e qualitativos serão usados como referências na avaliação do objeto. Isso é particularmente importante quando os critérios não são definidos diretamente por leis ou outros documentos reconhecidos, ou quando os critérios têm de ser desenvolvidos e refinados no decorrer do trabalho de auditoria.
Gabarito do professor: errado.
Questão: Somente após a emissão do relatório pelo tribunal de contas é que o auditor deve dar a entidade auditada a oportunidade de comentar sobre os achados, as conclusões e as recomendações da auditoria.
Resolução: vimos na aula 09 que, de acordo com a NBASP 3000, o auditor deve dar à entidade auditada a oportunidade de comentar sobre os achados, as conclusões e as recomendações de auditoria, antes que a EFS emita o relatório.
Os comentários da entidade auditada sobre os achados, as conclusões e as recomendações de auditoria contribuem para a elaboração de um relatório de auditoria equilibrado e ajudam o auditor a resolver quaisquer discordâncias e corrigir erros materiais antes que o relatório seja finalizado. O relatório de auditoria deve refletir os pontos de vista do auditor, mas também mostrar as perspectivas da entidade auditada.
O auditor deve registrar a análise dos comentários da entidade auditada em papéis de trabalho, incluindo as razões para fazer modificações no relatório de auditoria ou para rejeitar os comentários recebidos.
Gabarito do professor: errado.
Questão: Para que o auditor possa estabelecer o tamanho da amostra necessária à redução de risco, ele pode valer-se da amostragem não estatística com vistas a avaliar com precisão a probabilidade de erro.
Resolução: cuidado. Vimos na aula 04 que amostragem em auditoria pode ser aplicada usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a estatística, e que a decisão pela utilização da amostragem estatística ou não estatística é questão de julgamento profissional do auditor, conforme o caso.
Entretanto, o tipo de amostragem que utiliza a teoria das probabilidades é a amostragem estatística. Segundo a NBC TA 530, a amostragem estatística é a abordagem à amostragem com as seguintes características:
(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e
(b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem.
A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem não estatística.
A amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas, ou seja, o núcleo da diferença entre a amostragem estatística e a não estatística é a utilização, pela primeira, da teoria das probabilidades.
Gabarito do professor: errado.
Questão: O auditor deve considerar a materialidade em todas as fases do processo de auditoria, incluindo os aspectos financeiros, sociais e políticos do objeto, com o objeto de agregar tanto valor quanto seja possível.
Resolução: questão tranquila. Vimos na aula 08 que, segundo a NBASP 100 (ISSAI 100), os auditores devem considerar a materialidade durante todo o processo de auditoria. Ainda, falei na aula 02 que, no trabalho de auditoria o conceito de materialidade é aplicado pelo auditor do início ao fim de um trabalho. No planejamento, na execução da auditoria, na avaliação de distorções e no efeito destas nas demonstrações quando identificadas e não corrigidas e por fim, na formação da opinião no relatório do auditor independente.
Gabarito do professor: correto.
Questão: O risco de não detecção de ato ilícito resultante de fraude é maior do que o risco de não detecção resultante de erro.
Resolução: vimos na aula 09 que, de acordo com a NBASP 4000, o auditor deve considerar o risco de fraude durante todo o processo de auditoria, e documentar o resultado da avaliação.
Para isso, precisa identificar e avaliar os riscos de fraude e obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas sobre os riscos avaliados, por meio de planejamento e implementação de respostas adequadas.
Devido às limitações inerentes de uma auditoria, há um inevitável risco de que atos ilícitos, incluindo fraude, possam ocorrer e não serem detectados pelo auditor. O risco de não detectar um ato ilícito resultante de fraude é maior que o risco de não detectar um resultante de erro.
Isso ocorre porque a fraude pode envolver esquemas organizados planejados para ocultá-la, falha deliberada ao registrar transações ou falsas declarações intencionais feitas ao auditor. Tais tentativas de ocultação podem ser ainda mais difíceis de detectar quando acompanhadas de conluio.
Gabarito do professor: correto.
Questão: Pedro, auditor público, analisou os memoriais de cálculos de férias realizados por determinada entidade para o pagamento do beneficio de um servidor. A partir dessas informações, é correto afirmar que o procedimento de auditoria utilizado nessa situação foi o de conferência de cálculo.
Resolução: Segundo a NBC TA 500, o recálculo consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros, podendo ser realizado manual ou eletronicamente. Objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos. Ao aplicar a técnica, o auditor deve conferir os cálculos realizados por terceiros (a empresa auditada) e os cálculos próprios, que serão então comparados ao final. Também é denominada conferência de cálculo.
Conteúdo abordado na aula 04.
Gabarito do professor: correto.
Questão: Enzo, gestor de auditoria interna de empresa pública, acompanhou, pessoalmente, a execução de inventário de determinados bens móveis, inclusive com a aplicação de testes flagrantes, com a finalidade de desvelar erros. Com base nessas informações, é correto afirmar que o procedimento de auditoria utilizado por Enzo foi o de confirmação interna.
Resolução: só pelo fato de não existir na Auditoria o procedimento de confirmação interna, já poderíamos marcar a questão como errada.
O procedimento adotado pelo auditor foi o de Observação. Segundo a NBC TA 500, a Observação consiste no exame do processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado. Ou seja, a observação consiste em olhar como um determinado processo ou procedimento está sendo executado por outros. É a técnica de auditoria que envolve o poder de constatação visual do auditor, podendo revelar erros, deficiências ou problemas por meio de exames visuais, e depende dos conhecimentos e experiências do auditor.
Conteúdo abordado na aula 04.
Gabarito do professor: errado.
Questão: Celso, analista de controle externo de determinado Tribunal de Contas, durante a execução de auditoria, realizou, junto a fontes externas, a verificação da fidedignidade das informações obtidas internamente do órgão auditado. Com base nessas informações, é correto afirmar que o procedimento de auditoria utilizado foi o de exame documental.
Resolução: o auditor utilizou-se da confirmação externa, e não de exame documental. Segundo a NBC TA 500, a técnica de confirmação externa (também conhecida como circularização) representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Ou seja, consiste na confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados pela entidade. Os procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmações associadas a certos saldos contábeis e seus elementos.
Conteúdo abordado na aula 04.
Gabarito do professor: errado.
É isso. Espero que todos tenham realizado uma boa prova.
Saudações,
Marcus Felipe
Marcus Felipe
Auditor de Contas Públicas no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. Aprovado no concurso do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco para o cargo de Auditor de Controle Externo e Analista de Gestão. Aprovado também no concurso do TRF da 5ª Região, para os cargos de Técnico e Analista Judiciário. No Direção Concursos, é responsável pelas Disciplinas de Auditoria.
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