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Qual seria o nível de dificuldade do Exame CFC 2020.2?

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Igor Cintra09/11/2020

09/11/2020

Todos nós já sabemos que a aplicação do Exame de Suficiência 2020.2 foi suspensa em virtude de problemas de acesso dos candidatos à prova, não é?

No entanto, alguns pouquíssimos alunos conseguiram acessar a primeira questão e o que se observou foi que o nível de cobrança seria alto.

Aliás, aguente firme pois neste artigo vou postar comentários de algumas destas questões!

Interessante que antes da prova conversei com o Prof. Daniel Negreiros, responsável pelas discplinas de Contabilidade de Custos e Análise das Demonstrações Contábeis aqui no Direção Concursos, e comentei que eu esperava desta prova: um nível de dificuldade maior que todas as demais provas!

Mas por que eu julgava que justamente essa prova seria a mais difícil da história?

Basicamente por dois motivos: número de inscritos e forma de aplicação (online).

Ora, em média o número de inscritos em cada exame de suficiência fica na casa dos 40 mil candidatos. Neste Exame de Suficiência observamos um aumento substancial no número de inscritos, quase chegando a 90 mil postulantes ao registro.

Por qual razão houve tantos inscritos?

Não sabemos ao certo, mas podemos especular…

Poderíamos pensar em vários motivos, como facilidade de realização da prova na modalidade online (isso se o sistema suportasse); valor da inscrição (mais baixo que o normal); ou, ainda, na “oportunidade” que muitos alunos teriam de conseguir pontos “de graça” através de grupos de WhatsApp, Telegram, Facebook e afins…

O fato é que juntando todos os fatores acima, somado à quantidade de inscritos, conclui que certamente o nível de prova seria o mais alto já visto em Exames de Suficiência.

E aparentemente isso, de fato, se confirmaria…

Bom, para não ficar só na conversa vamos, enfim, analisar algumas questões (legíveis) que recebi de alunos. Vejam que o nível das questões é alto.

Espero que gostem!


(CFC – Exame de Suficiência – Bacharelado – 2020.2) Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes ajustes patrimoniais em 31.12.2018; observe,

Ajustes Patrimoniais em 31.12.2018 R$
(-) Rendas a Apropriar de Certificado de Depósito Bancário 47.900,00
(-) Depreciação Acumulada de Veículos 54.500,00
(+) Ganhos nos valores justos de instrumentos Financeiros de Hedge cobertura de fluxos de caixa 34.800,00
(+) Ajuste a valor de mercado de títulos e valores mobiliários categoria valor justo por meio do resultado 12.900,00
(+) Ganhos de conversão das Demonstrações Contábeis 12.800,00
(+) Ajustes cumulativos de conversão para moeda estrangeira 5.600,00
(+) Dividendos recebidos pelo método de custos 9.800,00
(+) Ganhos Atuariais liquidas não realizadas com plano de pensão de benefícios (benefícios a empregados) 12.600,00
(+) Ganhos nos valores justos de instrumentos de Hedge não realizados 13.700,00
(-) Perda Estimada de Créditos de Liquidação Duvidosa 9.700,00
(-) Perdas nos valores justos de instrumentos Financeiros de Hedge cobertura de fluxos de caixa 5.700,00
(-) Ajuste do Estoque a valor de Líquido de realização 4.600.00
(-) Perdas nos valores justos de instrumentos de Hedge não realizados 5.800,00
(-) Despesas a Apropriar de Operações de Financiamentos 6.700,00

Sabendo-se que o Lucro Líquido do Exercício em 31.12.2018 foi de R$ 159.000, com base apenas as informações apresentadas e, ainda, conforme o disposto na NBC TG 26 (R5) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, assinale o saldo da Demonstração de Resultado Abrangente em 31.12.2018.
a) RS 245.200,00
b) R$ 172.800,00
c) R$ 227.000,00
d) R$ 179.100.00

RESOLUÇÃO:
Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não sejam derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários.
Resultado abrangente compreende todos os componentes da “demonstração do resultado” e da “demonstração dos outros resultados abrangentes”.
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:
(a) variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente;
(b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;
(c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior;
(d) ganhos e perdas resultantes de investimentos em instrumentos patrimoniais designados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes, de acordo com o item 5.7.5 do CPC 48 – Instrumentos Financeiros;
(da) ganhos e perdas em ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes, de acordo com o item 4.1.2A do CPC 48;
(e) parcela efetiva de ganhos e perdas de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa e os ganhos e perdas em instrumentos de hedge que protegem investimentos em instrumentos patrimoniais mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes, de acordo com o item 5.7.5 do CPC 48;
(f) para passivos específicos designados como ao valor justo por meio do resultado, o valor da alteração no valor justo que for atribuível a alterações no risco de crédito do passivo;
(g) alteração no valor temporal de opções quando separar o valor intrínseco e o valor temporal do contrato de opção e designar como instrumento de hedge somente as alterações no valor intrínseco; e
(h) alteração no valor dos elementos a termo de contratos a termo ao separar o elemento a termo e o elemento à vista de contrato a termo e designar, como instrumento de hedge, somente as alterações no elemento à vista, e alterações no valor do spread com base na moeda estrangeira de instrumento financeiro ao excluí-lo da designação desse instrumento financeiro como instrumento de hedge

Com isso vamos apurar o Resultado Abrangente do período.

LLE 159.000,00
(+) Ganhos nos valores justos de instrumentos Financeiros de Hedge cobertura de fluxos de caixa 34.800
(+) Ganhos de conversão das Demonstrações Contábeis 12.800
(+) Ajustes cumulativos de conversão para moeda estrangeira 5.600
(+) Ganhos Atuariais liquidas não realizadas com plano de pensão de benefícios 12.600
(+) Ganhos nos valores justos de instrumentos de Hedge não realizados 13.700
(-) Perdas nos valores justos de instrumentos Financeiros de Hedge cobertura de fluxos de caixa (5.700)
(-) Perdas nos valores justos de instrumentos de Hedge não realizados (5.800)
(=) Resultado Abrangente 227.000

Com isso, correta a alternativa C.

GABARITO: C


(CFC – Exame de Suficiência – Bacharelado – 2020.2) As informações apresentadas a seguir foram extraídas da Demonstração do Valor Adicionado de uma companhia varejista referente ao exercício social encerrado em 31/12/2019:

Descrição R$
Impostos, Taxas e Contribuições – Estaduais 1.110.515,00
Custos dos Produtos, das Mercadorias e dos Serviços Vendidos (14.357.587,00)
Juros sobre o Capital Próprio pagos aos sócios e acionistas por conta do resultado do período 170.111,00
Aluguéis pagos a terceiros 2.587.533,00
FGTS 72.969,00
Impostos, Taxas e Contribuições – Federais (144.918,00)
Receitas Financeiras 971.947,00
Materiais, Energia, Serviços de Terceiros e Outros (1.841.021,00)
Lucros Retidos do Exercício 411.172,00
Remuneração Direta 1.307.249,00
Impostos, Taxas e Contribuições – Municipais 80.422,00
Receita Bruta com venda de mercadorias, produtos e serviços 22.194.216,00
Depreciação, Amortização e Exaustão 1.372.502,00


Considerando a NBC TG 09-Demonstração do Valor Adicionado e, com base somente no exposto, o Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade, o Valor Adicionado Total a Distribuir e a Remuneração de Capitais Próprios na Demonstração do Valor Adicionado da companhia no exercício social encerrado em 31/12/2019 são, respectivamente:

a) R$ 4.623.106,00; R$ 5.565.053,00 e R$ 581.283,00
(as demais alternativas não estavam visíveis)

RESOLUÇÃO:

Inicialmente vamos elaborar a forma como a riqueza foi gerada (primeira parte da Demonstração do Valor Adicionado).

  1. Receitas 22.194.216,00
  2. Insumos Adquiridos de Terceiros 16.198.608,00
    CMV 14.357.587,00
    Materiais, Energia, Serviços 1.841.021,00
  3. Valor Adicionado Bruto 5.995.608,00
  4. Depreciação, Amortização e Exaustão 1.372.502,00
  5. Valor Adicionado Líquido 4.623.106,00
  6. Valor Adicionado Recebido em Transferência 941.947,00
    Receitas Financeiras 971.947,00
  7. Valor Adicionado Total 5.565.053,00

    Por fim, vamos analisar a distribuição deste valor adicionado.

    Remuneração Direta 1.307.249,00
    FGTS 72.969,00
    Pessoal 1.380.218,00

    Impostos, Taxas e Contribuições – Estaduais 1.110.515,00
    Impostos, Taxas e Contribuições – Federais (144.918,00)
    Impostos, Taxas e Contribuições – Municipais 80.422,00
    Governo 1.046.019,00

    Aluguéis pagos a terceiros 2.587.533,00
    Remuneração de Capitais de Terceiros 2.587.533,00

    Juros sobre o Capital Próprio 170.111,00
    Lucros Retidos do Exercício 411.172,00
    Remuneração de Capitais Próprios 581.283,00

    Com isso, correta a alternativa A.

    GABARITO: A

(CFC – Exame de Suficiência – Bacharelado – 2020.2) Uma companhia constatou que havia indicações observáveis de que o valor de um de seus ativos imobilizados diminuiu significativamente durante o exercício social de 2019, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso normal. Os relatórios internos apontaram que a produtividade futura esperada desse ativo imobilizado não seria alcançada, devido às mudanças significativas no ambiente de mercado e com efeito adverso sobre a entidade, principalmente naquele mercado para o qual o ativo é utilizado. Diante disso, a companhia reconheceu uma perda por desvalorização na busca de registrar contabilmente – no balanço patrimonial encerrado em 31/12/2019, este ativo por valor que não excedesse seu valor de recuperação. Considere as informações complementares da companhia obtidas em Notas Explicativas referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2019:
• O ativo estava reconhecido ao valor contábil de R$ 600.000,00 no balanço patrimonial encerrado em 31/12/2018
• As evidências indicaram que, ao final de sua vida útil remanescente de quatro anos, o ativo teria valor residual igual a zero.
• O ativo em questão é caracterizado como um ativo individual e o mesmo não havia sofrido nenhum tipo de reavaliação
• O valor justo do ativo foi mensurado com base nas expectativas de mercado, dado pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros anuais esperados líquidos de despesas de alienação.
• Dada a expectativa de valor nulo para as despesas de alienação, não havia razão para acreditar que o uso do ativo excedesse materialmente seu valor justo liquido de despesas de alienação.
• A taxa de desconto que refletia avaliações de mercado sobre o valor do dinheiro no tempo e dos riscos específicos do ativo em questão foi de 7% ao ano.
• As premissas utilizadas para a projeção de fluxos de caixa futuros anuais esperados líquidos de despesas de alienação levaram em consideração as probabilidades de ocorrência destes fluxos de caixa no futuro, conforme a tabela seguinte:

Ano Fluxos de caixa futuros esperados líquidos de despesas de alienação Probabilidade
2020 R$ 250.000 50%
2021 R$ 200.000 20%
2022 R$ 100.000 20%
2023 R$ 50.000 10%

Levando em consideração somente as informações apresentadas e as Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TG 01 (R4) – Redução ao valor recuperável de ativos, NBC TG 46 (R2) – Mensuração do valor justo e NBC TG 27 (R4) – Ativo imobilizado, assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela com o valor que mais se aproxima do valor contábil desse ativo imobilizado reconhecido no Balanço Patrimonial da companhia encerrado em 31/12/2019.
a) RS 71.892,85
b) RS 171.900,41
c) R$ 528.107,15
d) ilegível

RESOLUÇÃO:

Através dos dados do enunciado vamos calcular qual é o valor presente dos fluxos de caixa esperados, aplicando a taxa de desconto de 7% ao ano e as probabilidades informadas.

Ano Fluxos Esperados Probabilidade Fluxo x Prob Valor Presente
2020 R$ 250.000 50% R$ 125.000 R$ 116.822
2021 R$ 200.000 20% R$ 40.000 R$ 34.938
2022 R$ 100.000 20% R$ 20.000 R$ 16.326
2023 R$ 50.000 10% R$ 5.000 R$ 3.814

Com isso, o valor presente total dos fluxos esperados nos próximos 4 anos é de R$ 171.900,41.

Como o valor contábil do item era de R$ 450 mil em 31/12/2019, conclui-se que a entidade terá que reconhecer uma perda por desvalorização. Após tal reconhecimento o item será evidenciado pelo seu valor recuperável, de R$ 171.900,41, o que torna correta a alternativa B.

GABARITO: B


(CFC – Exame de Suficiência – Bacharelado – 2020.2) Em 01/12/2018, a Cia. Beta comprou um terreno para uso no valor de R$ 800.000,00. Em 31/12/2018, os proprietários descobriram uma contaminação no solo. Foi constatada a presença de compostos orgânicos voláteis, possivelmente pelo fato de o terreno ter sido anteriormente ocupado por uma antiga fábrica que atendia ao mercado automobilistico. Esta descoberta fez com que a empresa alterasse o uso do terreno. Foram feitas novas estimativas e, pelos novos cálculos, a propriedade apresentava valor recuperável de R$ 500.000,00, reconhecendo a perda por impairment. Nesse mesmo período, o Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) foi de R$ 1.200.000,00. Para a realização do cálculo, considere como tributo sobre o lucro apenas o Imposto de Renda (IR) a uma alíquota hipotética de 30%. Considere que, ainda, a empresa realiza a apuração do IR pelo Lucro Real. Podemos afirmar que os valores do Tributo Corrente e do Tributo Diferido, em 2018, em termos absolutos, respectivamente, são:
a) R$ 360.000,00; R$ 90.000,00
b) R$ 360.000,00; R$ 150.000,00
c) R$ 450.000,00; R$ 150.000,00
d) R$ 450.000,00; R$ 90.000,00

RESOLUÇÃO:

Vamos realizar uma análise do lucro real, considerando que a despesa apropriada a título de perda por desvalorização do terreno, de R$ 300 mil, não é dedutível, devendo ser adicionados ao lucro líquido para determinar o Lucro Real.

            Lucro Líquido do Exercício            R$ 1.200.000
( + )    Perda por Desvalorização – Terrenos            R$ 300.000
( = )    Lucro Real           R$ 1.500.000

Considerando uma alíquota hipotética de 30% temos que o IR Corrente será de R$ 450.000 (30% x R$ 1.500.000).

D – Despesa com IR Corrente            R$ 450.000            (Resultado)
C – IR a Pagar            R$ 450.000            (Passivo Circulante)

No entanto, sabe-se que a perda por desvalorização será dedutível em período futuro, gerando um Imposto de Renda Diferido de R$ 90.000 (30% x R$ 300.000).

D – Imposto de Renda Diferido            R$ 90.000            (ANC RLP)
C – Receita com Imposto de Renda Diferido            R$ 90.000            (Resultado)

Com isso, correta a alternativa D.

GABARITO: D


Pessoal, estas foram as questões (legíveis) que recebi de alunos. Vejam que o nível era mais elevado que o de costume em provas anteriores do Exame de Suficiência do CFC.

O que devo fazer agora?

Bom, agora resta esperar um posicionamento da Consulplan e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a respeito da data de aplicação da próxima prova.

Quanto isso não ocorre sugiro fortemente a estudar com o máximo de concentração.

Lembro que o Direção Concursos promoveu um projeto GRATUITO nas semanas que antecederam as provas. Julgo que você pode estudar por elas, pois focam nos temas mais prováveis de serem cobrados em provas futuras.

As aulas estão disponíveis no canal do Direção Concursos no YouTube. Vou postar algumas delas aqui, ok?

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Grande abraço e bons estudos!

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Igor Cintra é Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (ICMS/SP), onde exerce a Fiscalização Direta de Tributos. Possui vasta experiência em concursos públicos, tendo ocupado o cargo de Auditor Fiscal do Município de São Paulo (ISS/SP) e Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRFB).

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Igor Cintra

Igor Cintra

Igor Cintra é Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (ICMS/SP), onde exerce a Fiscalização Direta de Tributos. Possui vasta experiência em concursos públicos, tendo ocupado o cargo de Auditor Fiscal do Município de São Paulo (ISS/SP) e Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRFB).

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