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Como estudar Informática para concursos – Guia DEFINITIVO

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Victor Dalton25/02/2019

25/02/2019

Olá, meus amigos e amigas! Estudar informática para Concursos, certamente, não é igual a estudar informática em seu cotidiano. E, por ser muito diferente das demais matérias para concursos, seu estudo também tem características diferentes. Vamos falar um pouco sobre isso?

Ausência de bibliografia

Um dos obstáculos para o estudo da informática para concursos é a ausência de bibliografia consolidada. Diferentemente do Direito, por exemplo, no qual existe o amparo da legislação, súmulas e jurisprudência, a Informática não conta livros e legislações que retratam a verdade sobre determinado conteúdo. E pode nem fazer sentido!

Afinal, eu preciso de algum autor para me dizer que o botão de Windows ativa o Menu Iniciar? Não, pois este é um fato que pode ser verificado com a própria utilização da ferramenta. Em último caso, a ajuda do fabricante de determinado software ou recurso terá as informações completas a respeito da ferramenta (embora, infelizmente, nem sempre as informações detalhadas estejam acessíveis em seus websites ou mesmo organizadas).

E, estendendo ainda mais o nosso exemplo, na Informática não cabe sequer a “doutrina”. Porque segundo o ilustre Professor Victor Dalton a Guia Página Inicial pode ser utilizada… Cá entre nós, não faz sentido, né?

Portanto, este é o primeiro obstáculo do estudo da Informática para Concursos: não há uma fonte absoluta de conhecimento. E este primeiro empecilho é o que costuma deixar os candidatos desnorteados para iniciar a preparação. Falta DIREÇÃO! Para contornar a ausência de bibliografia, é necessário organizar os estudos.

Ferramentas

Uma outra dúvida é à respeito da prática de ferramentas. Afinal, praticar nas ferramentas cobradas ajuda ou atrapalha o estudo para a realização de questões de prova?

Olha, sem parecer clichê, mas me verei obrigado a dizer, mais uma vez, a palavra DIREÇÃO. Mexer nas ferramentas ajuda? Pra caramba! E eu recomendo demais em minhas aulas. O que não se pode fazer são dois pequenos erros:

Erro 1 – achar que, por conhecer “bem” a ferramenta, seu estudo pode ser abreviado, ou mesmo pulado. Será que você, candidato, conhece exatamente os mesmos recursos que são mais cobrados em prova? Vou dar um exemplo simples: conheço usuários avançados de Word que dominam até mesmo recursos de Mala Direta (aquele que permite enviar uma carta padrão a múltiplos usuários, personalizando somente alguns campos). Por outro lado, não utilizam a Quebra de Seção, recurso mais do que cobrado, por todas as bancas. O que vai acontecer com esse usuário “avançado” quando cair questão de Quebra de Seção? Você já sabe… ele vai ERRAR a questão da prova, enquanto outra pessoa com bem menos experiência, mas que estudou corretamente, vai acertar a questão e dar risada do item.

Erro 2 – por não conhecer a ferramenta, a pessoa sai mexendo em todos os recursos que a ferramenta disponibiliza, em um esforço desesperado de aprendê-la.

Em ambos os casos, falta ao candidato(a) senso de proporção. Primeiro, porque o objetivo é acertar questões de prova, não é ser um exímio utilizador da ferramenta. Segundo, porque, ao debruçar sobre o histórico de cobrança da ferramenta, será possível perceber que alguns itens são cobrados com muita frequência, enquanto outros sequer são citados. Este senso de proporção pode ser adquirido com a prática extenuante de exercícios – algo que sou obrigado a fazer, em virtude de minha profissão 🙂

Estudar com exercícios

E por falar em exercícios, uma pergunta tradicional pode ser levantada: estudar (somente) por exercícios é uma boa ideia?

Olha, vou te dizer uma dura verdade… Estudar por exercícios é a conduta típica de quem tem pouco tempo para se dedicar ao estudo de uma matéria. E digo mais: estudar por exercícios é para segurar a peteca na matéria, não é para obter um ótimo desempenho.

Não é crime colocar a informática em segundo plano quando ela tem pouco peso na prova e você precisa otimizar o seu tempo para estudar outras matérias mais importantes. Na verdade, são poucos os concursos que a matéria tem peso decisivo no concurso.

Porém, saiba que os estudos por exercícios só terão sua utilidade se você souber CLARAMENTE qual é a banca do seu concurso. Isto porque algumas bancas possuem estilos claros de questões de provas. Quer ver alguns exemplos, apenas para ilustrar?

Exemplo 1: (VUNESP – Câmara de Dois Córregos – Diretor Contábil Legislativo –  2018)

Considerando o MS­Word 2010, em sua configuração original, assinale a alternativa que contém a imagem representando o ícone do grupo Cabeçalho e Rodapé, da guia Inserir, que permite inserir números de página nos documentos.

Este é um exercício ilustrativo do estilo de cobrança da VUNESP. A VUNESP é uma banca “visual”, que gosta muito que o candidato reconheça ícones e as suas funções. A resposta certa é a alternativa (b).

Exemplo 2: (CESPE – SEDF – Técnico de Gestão Educacional – 2017)

No Word 2013, ao se clicar, com o botão esquerdo do mouse, a seta do botão “Sublinhado”, localizado na guia Página Inicial, grupo Fonte, serão mostradas opções para sublinhar um texto, tais como sublinhado duplo e sublinhado tracejado.

Este, por seu turno, é um exercício ilustrativo do estilo CESPE. Perceba que a banca se refere a um item que ela sequer mostra na página de prova: o candidato precisa conhecer com antecedência do que ela está falando. A propósito, a assertiva está correta.

Veja, nos exemplos acima, que eu trouxe dois estilos de questão completamente distintos: dificilmente o candidato que se prepara vendo questões típicas do exemplo 1 acertará questões do exemplo 2, e vice versa.

Portanto, a meu entender, escolher estudar informática por exercícios trará algum benefício somente se você souber a banca do seu concurso. Se você não sabe qual a banca do seu concurso, é porque o edital ainda não foi publicado; e se ele não foi publicado, é porque você tem tempo para estudar a informática da maneira correta.

E já que eu comecei a falar um pouco de bancas… Realmente, há diferenças nos estilos de cobranças da bancas?

COM CERTEZA. Se você pega uma banca CESPE, por exemplo, verá que (regra geral) ela gosta de descrever uma situação, sem mostrar a ferramenta, que nem o exemplo acima.

Por outro lado, quando você pega uma FGV, pode ter um cenário completamente diferente, com questões que cobram o raciocínio + conhecimento da ferramenta. Veja o exemplo abaixo:

Exemplo 3: (FGV – DPE/RO – Técnico Administrativo – 2015)

Thiago está trabalhando num documento do MS Word 2010 com três partes, totalizando mais de 50 páginas. Cada uma delas tem cabeçalhos com textos diferentes das demais. Em cada parte, o cabeçalho da primeira página é diferente do cabeçalho das páginas subsequentes. A numeração de páginas, contudo, deve ser contínua ao longo de todo o documento, começando do número um.
Para obter esses efeitos de forma simples e rápida, Thiago deve:

a) editar os cabeçalhos um a um, pois não é possível definir diferentes cabeçalhos num único documento;

b) usar os recursos do Word para definir os diferentes cabeçalhos de acordo com as faixas de numeração das páginas;

c) dividir o documento em três documentos, usar os recursos do Word para definir os cabeçalhos para cada um desses, e forçar a numeração continuada no comando de impressão;

d) definir diferentes estilos para cada parte do texto e usar os recursos do Word para definir cabeçalhos em cada estilo;

e) separar as partes com quebras de seção e usar os recursos do Word para definir os diferentes cabeçalhos em cada seção.

A questão acima é o exemplo típico de “ou você já sabe qual é a resposta, ou as alternativas vão te deixar maluco”. A propósito, a resposta correta é a alternativa (e), mas o nosso foco é falar do estudo para concurso, não é explicar a resposta da questão…

Portanto, voltando ao assunto, bancas possuem estilos bem distintos. E, em especial nas bancas que exigem raciocínio, como o exemplo da questão acima, saber a teoria é fundamental para ter um bom desempenho na prova.

Sobre o conteúdo para estudo

Hm… mas se saber a teoria é importante, imagino que exista um caminho teórico adequado para o estudo da matéria… Portanto, qual a melhor sequência para se estudar informática?

Acho que aqui vem a primeira boa notícia, rs. Em meus anos acompanhando a matéria, entendo que não há uma sequência ideal como um todo, mas pequenos blocos que devem ser estudados de forma consecutiva.

Quais são esses blocos?

a) – Redes de computadores, navegadores web, correio eletrônico;

b) – Excel, Word e PowerPoint (ferramentas de escritório como um todo);

c) – Windows (e/ou outro sistema operacional);

d) – Segurança da Informação;

e) – Hardware e Software.

A verdade é que a Informática é uma “grande série de pequenos assuntos avulsos”. Eles até se interligam, mas você não precisa ficar preso a alguma sequência ideal de aprendizado. Na prática: você pode tanto estudar Microsoft Office antes de Redes de Computadores, ou vice-versa. Mas, se você vai estudar Office, aproveite para ver o Excel e o Word próximos.

Há há! Você falou de Excel e Word…lembrei de outra dúvida: versões distintas de ferramentas podem impactar no meu estudo?
DEPENDE.

95% do conteúdo que efetivamente cai em prova não muda com a versão da ferramenta. Porém, toda mudança de versão traz sutis modificações e eu já testemunhei algumas (poucas) confusões que uma mudança de versão pode causar em uma questão de prova. Confira o exemplo abaixo:

Exemplo 4: (MPE/RS – Secretário de Diligências – 2017)

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.

No sistema operacional Windows 10 a ferramenta que possui a funcionalidade de antivírus é o _______, ao passo que a proteção relativa ao tráfego de rede, bloqueio e controle de quais programas podem acessar as conexões de rede é realizado pelo ________.

a) Firewall do Windows – Windows Defender

b) Windows Defender – Filtro Smart Screen

c) Filtro Smart Screen – Firewall do Windows

d) Firewall do Windows – Filtro Smart Screen

e) Windows Defender – Firewall do Windows

A resposta do exercício acima é a alternativa (e). Mas tem um detalhe: O Windows Defender só passou a ser antivírus a partir do Windows 8. Se você tivesse estudado somente o Windows 7 para fazer esta prova de Windows 10, certamente teria dificuldades no exercício, pois é bastante enfatizado no Windows 7 que o Windows Defender não possui funções de antivírus.

Em minhas aulas, eu tenho um cuidado especial em destacar quais são as mudanças que alguns elementos sofrem com mudanças de versões. Não são muitos os casos, porém quem faz exercícios demais acaba recorrendo a questões muito antigas, e são nelas que os problemas de versão começam a ganhar força. Tome cuidado!

Exercícios de nível médio ou superior?

E, ainda no universo das questões, também recebo com frequência dos meus alunos uma pergunta interessante: Para nível superior, devo fazer exercícios somente de nível superior? Para técnico, devo fazer somente exercícios de nível médio?

Esta é outra pergunta muito razoável. Afinal, ninguém quer estudar questões abaixo ou acima do nível de dificuldade que encontrará em sua prova. E aqui eu trago o que acho uma boa notícia (sei que outros acharão uma notícia ruim): para Informática, o candidato não deve se preocupar em filtrar questões por nível médio ou superior. Sei que em outras matérias essa separação faz sentido (ainda mais no ramo do direito), mas na informática não faz. Explico.

Em primeiro lugar, a Informática não tem doutrina, jurisprudência ou lei seca “horizontalizada” da matéria. O que seria um recurso que eu posso cobrar pra nível superior que não pode ser cobrado para nível médio? Não existe tal fronteira.

Além disso, você precisa estar ciente do nível de dificuldade progressivo que as questões de concurso possuem. A grosso modo: se em 2010, por exemplo, uma banca fazia questões de nível médio e nível superior com níveis de dificuldade distintos, saiba que essa questão de nível superior há alguns anos é a questão de nível médio dos dias de hoje.

Pegar exercícios para estudar, tentar separar por níveis de escolaridade, é, sem exagero, perda de tempo. Se a questão trata do conteúdo que você vai estudar, pratique! Minha única ressalva são questões muito antigas (com mais de 10 anos), pois elas começam a sofrer do problema de versão de ferramenta.

Enfim, espero que estas dicas tenham sido úteis para você. Em meus cursos no Direção Concursos, eu tenho o maior zelo para que o seu material seja sob medida e DIRECIONADO para a sua prova. Além de todo o seu esforço, será o estudo direcionado que o conduzirá à aprovação.

Ainda tem alguma dúvida? Me mande um direct no meu Instagram @profvictordalton e vamos debater! Não sou dono da verdade, apenas quero ajudar!

E se já tem algum concurso em mente, não deixe de conferir os meus cursos de Informática e Tecnologia da Informação aqui no Direção Concursos.

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Victor Dalton

Victor Dalton

Professor de Informática, Tecnologia da Informação e Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Foi Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG, Analista do Banco Central do Brasil e Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Formado em Engenharia da Computação pelo IME. Possui certificações ITIL Foundation e Cobit Foundation.

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