
Em 24 de abril de 1919, com Delfim Moreira como presidente da República, o nosso país ainda não tinha conquistado uma única Copa do Mundo sequer.
Na verdade, a primeira Copa, que seria vencida pelo Uruguai, só ocorreria mais de uma década depois, em 1930, quando teríamos no Brasil o início de uma era política que duraria quinze anos, a Era Vargas.
Em 1919, a população brasileira era majoritariamente rural e as indústrias, muito raras, eram símbolo de modernidade em uma nação que eternamente carregaria o fardo de ser o “país do futuro”.
Foi neste cenário, onde tudo era mato, que a Ford chegou por aqui, 23 anos antes de Walt Disney criar o Zé Carioca, três anos antes do surgimento da União Soviética, cinco décadas antes de o homem pisar na lua pela primeira vez. É um tempo longo.
A Ford foi a primeira montadora a se instalar em terras tupiniquins, chegada muito tempo antes de JK e dos presidentes militares, que apostarem tudo no rodoviarismo.
Talvez por isso, pela longa relação da empresa com o nosso país, causou espanto quando, em 11 de janeiro de 2020, a Ford anunciou que vai encerrar a produção de veículos no Brasil, fechando as fábricas de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE).
Em 2019, a montadora já tinha fechado a fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Com o novo anúncio, calcula-se que cerca de 5 mil funcionários serão demitidos.
Ficarão no Brasil apenas a sede sul-americana da companhia, o centro de desenvolvimento e o campo de testes.
Infelizmente, em nosso país, esse é um movimento que se repete em outras grandes empresas do setor automotivo. Em dezembro de 2019, a Mercedes-Benz anunciou o encerramento de sua linha de montagem no Brasil.
A Audi já anunciou que estuda fazer o mesmo. É um cenário delicado para um país que, no começo de 2020, sonhava em receber uma fábrica da Tesla.
Apesar de o anúncio ter sido repercutido pela imprensa como uma grande novidade, o certo é que o novo foco global da Ford, responsável por esses fechamentos, é de conhecimento público desde 2018.
De acordo com as novas diretrizes, a empresa terá como foco a ampliação de investimentos em SUVs, picapes e utilitários comerciais. Nesta nova política, há previsão de encerramento, globalmente, da produção de carros menores, como os sedãs Fusion, Fiesta e Taurus.
É ainda por causa dessas prioridades que o Brasil acabou ficando para trás nos planos da Ford, enquanto a Argentina, país com situação político-econômica mais delicada que a nossa, manteve fábricas da montadora.
É em Pacheco, na grande Buenos Aires, por exemplo, que a Nova Ranger é produzida. A Argentina é considerada o berço das picapes na América do Sul, tendo em vista que o país produz ainda as rivais Toyota Hilux, Nissan Frontier e Volkswagen Amarok.
A fábrica da Ford de Camaçari, por outro lado, produz Ka (um hatch) e EcoSport (um projeto defasado frente aos concorrentes). Além disso, os dois carros compartilhavam a plataforma do Fiesta, que deixou de ser produzido.
Ou seja, apesar de triste, o fechamento de fábricas da Ford em nosso país já era esperado. Uma novidade velha para o eterno país do futuro.
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