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Gabarito TCU extraoficial: questões de Economia comentadas

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Redação Direção Concursos13/03/2022

13/03/2022

Fala pessoal! Tudo bem? Professor Paulo Ferreira para comentar as questões de Economia do TCU. Vamos ver como foi a prova?

97 – Considere ume economia aberta sob regime de câmbio fixo e com relativa mobilidade de capitais (curva BP menos inclinada que a curva LM), inicialmente em equilíbrio interno e externo, com orçamento equilibrado.

Com base no modelo IS/LM/BP, é correto afirmar, em relação às consequências da adoção de diferentes políticas macroeconômicas, que, coeteris paribus:

a) A ocorrência de esforço fiscal que reduza a necessidade de financiamento do setor público é ineficaz porque a intervenção cambial não esterilizada expande a base monetária e aumenta o déficit primário.

b) a política fiscal expansionista tende a provocar acúmulo de reservas internacionais, diminuição de passivo monetário do Banco Central e aumento da taxa de juros interna, elevando a relação dívida bruta/PIB

c) a política fiscal contracionista, acompanhada de intervenções cambiais esterilizadas, mantém um déficit no balanço de pagamentos e permite o controle simultâneo da taxa de juros e da taxa de câmbio, enquanto durar o estoque de reservas internacionais

d) as políticas monetária e fiscal são cada vez menos eficazes à medida que o fluxo de capitais é mais sensível ao diferencial de taxa de juros, pois a paridade descoberta da taxa de juros é válida, ocorrendo o ajustamento monetário automático

e) a desoneração tributária não acompanhada de medidas de compensação acarreta a formação de déficit gêmeos e a redução do passivo monetário do Banco Central, se a intervenção cambial vier acompanhada de uma expansão do crédito doméstico.

Comentários:

a) Errado!! Primeiro porque intervir na taxa de câmbio não afeta o resultado primário. Mas, além, disso, se houver uma política fiscal contracionista, o Banco Central precisará responder com também uma contração monetária para manter a taxa de câmbio fixa.

b) Errado. Haverá aumento do passivo monetário (base monetária) como resposta passiva para manutenção da taxa de câmbio.

c) Correto! E a última frase é fundamental. De fato, uma contração fiscal vai levar a economia a um ponto com menor renda e menor taxa de juros, para um ponto de déficit no BP, o que provoca aumento da demanda por moeda estrangeira. Numa situação normal, o BP vende essa moeda estrangeira demandada para manter a taxa de câmbio fixa, com a curva LM contraindo também. No entanto, a alternativa fala em intervenção cambial esterilizada, ou seja, uma compensação para vender a moeda estrangeira sem reduzir a oferta de moeda local. Graficamente, isso faz com que a LM não precise “ceder”. Assim, o Banco Central consegue controlar o câmbio e a taxa de juros. Mas isso só enquanto durar o estoque de reservas.

d) Errado. A política monetária sim, será ineficaz se a BP ficar totalmente horizontal num contexto de câmbio fixo. Mas a política fiscal com câmbio fixo será ainda mais eficaz se a curva BP ficar horizontal.

e) Desoneração fiscal é reduzir arrecadação. Ou seja, expansão fiscal. Com palavras distintas, é o mesmo erro da B. Nessa situação, após a expansão fiscal, o BC precisará comprar moeda estrangeira para impedir a apreciação cambial. Ou seja, a base monetária – passivo monetário – aumenta.

GABARITO: C

98) Em uma indústria perfeitamente competitiva, sem barreiras à entrada e à saída, e com potenciais entrantes, cada firma tem uma estrutura de custos idêntica, não afetada pela entrada de novas firmas, e igual a c(q) = 75 + q + 3q2, para q> 0 e c(o) = 0, onde q é a quantidade produzida por cada firma. A demanda inversa de mercado é dada por p(q) = 141- 0,5Q, em que Q é a quantidade demandada e p o preço. Então:

a) O preço de equilíbrio é igual a 15.

b) cada firma oferta duas unidades no longo prazo

c) a curva de oferta de longo prazo da indústria será igual a p (q) = 6Q + 1

d) caso a demanda inversa de mercado se altere para p (q) = 161- 0,5Q, oito firmas entram na indústria no novo equilíbrio de longo prazo

e) caso o governo decida instituir um imposto de três unidades monetárias por unidade vendida, o impacto tributário recai totalmente nos consumidores e a perda de peso morto da economia no longo prazo é igual a 18.

Comentários:

Repare que a questão traz a função custo de cada firma como c(q) = 75 + q + 3q², mas que o próprio enunciado informa que o custo fixo é zero na medida em que c(0) = 0.

Assim, considerando toda essa função, lembremos que o ponto de ótimo no longo prazo se dá com cada firma igualando custo médio e custo marginal.

O custo marginal é a derivada da função:

Cmg = 1 + 6q

Já o custo médio e a função dividida por q:

Cme = 75/q + 1 + 3q

Igualando-os, temos:

1 + 6q = 75/q + 1 + 3q

6q – 3q = 1 – 1 + 75/q

3q = 75/q

3q² = 75

q² = 75/3

q² = 25

q = 5

Assim, no equilíbrio, cada firma produzirá 5 unidades no longo prazo, o que já torna a alternativa B incorreta.

A C também está errada porque 1 + 6q é o custo marginal de longo prazo da firma individual, não do setor (indústria).

Aí basta substituir essa quantidade encontrada na função de custo marginal ou de custo médio que utilizamos:

P(5) = 1 + 6(5)

P(5) = 1 + 30 = 31

Então, o preço de equilíbrio é de $31, não de $15 como coloca a letra A.

Finalmente, sequer precisamos calcular algo na letra E.

O impacto do ônus tributário só recai apenas para consumidores se a curva de oferta for totalmente elástica ou se a curva de demanda for totalmente inelástica, o que claramente não é o caso.

Sobrou a letra D, que precisa estar correta. Vamos ver se está mesmo!

Como o preço de equilíbrio é $31, substituímos o valor na curva de demanda e temos a quantidade de mercado:

P = 141 – 0,5Q

31 = 141 – 0,5Q

0,5Q = 141 – 31

0,5Q = 110

Q = 110/0,5

Q = 220

Como cada firma oferta 5 unidades, nessa situação, temos 44 firmas (220/5).

Agora, vejamos para o caso de a curva de demanda de mercado ser P = 161 – 0,5Q.

P = 161 – 0,5Q

31 = 161 – 0,5Q

0,5Q = 161 – 31

0,5Q = 130

Q = 110/0,5

Q = 260

Como cada firma oferta 5 unidades, nessa nova situação, temos 52 firmas (260/5).

Ou seja: de fato, essa mudança na curva de demanda faria mais 8 firmas entrarem no mercado!

GABARITO: D

99) Em relação às consequencias das decisões das firmas sobre preços e quantidades em estruturas de mercado de concorrência imperfeita, é correto afirmar que:

a) a firma seguidora em um duopólio de Stackelberg obtém lucro superior ao que obteria em um duopólio de Cournot, porque possui vantagem informacional ao reagir sequencialmente à decisão de produção da firma líder.

b) a ocorrência do paradoxo de Bertrand em mercado oligopolizados pressupõe que haja restrição individual de capacidade prodsutiva para atender a demanda de mercado e que as firmas produzam produtos diferenciados

c) a regulação de preços pelo custo marginal que busca a solução competitiva no monopólio natural, em mercados inconstestáveis e sem produtos substitutos, é uma solução intermediária entre a determinação de preços pela regra do markup e a solução socialmente eficiente

d) a regulação em mercados monopolisticamente competitivos pode ser dispensada quando nenhuma firma tem substancional poder de mercado e os ganhos advindos da valorização dos consumidores pela diversidade de marcas e produtos tendem a superar o custo social

e) quando o monopolista nÃo é capaz de estimar as curvas de demanda dos consumidores individuais ou de grupos de consumidores distintos, o mecanismo mais eficaz de captura dos excedentes dos consumidores é o incentivo à autosseleçÃo (self selection) por meio da prática de discriminação de preços de terceiro grau, tal como a tarifação em duas partes.

Comentários:

a) Errado! No modelo de Stackelberg, a firma seguidora lucra menos que a líder exatamente porque possui uma desvantagem ao escolher depois o seu nível de produção. A firma líder escolhe sua quantidade sabendo como a seguidora reagirá. Assim, tira o máximo de proveito disos.

b) Errado! O resultado do modelo de Bertrand é paradoxal porque o equilíbrio é o mesmo com 2 ou com mil firmas. Em qualquer situação, o equilíbrio se dá com preço igual a custo marginal. E o resultado paradoxal ocorre justamente porque se considera produtos idênticos e capacidade para atendimento a toda demanda.

c) Errado! Num monopólio natural, regular preço pelo custo marginal significa quebrar a firma. Isso porque o custo marginal é tão baixo em monopólios naturais, que ele se situa abaixo do custo médio.

d) Aqui está o gabarito! Nem precisaria de tamanha explicação. Em concorrência monopolística, o lucro econômico das firmas tende a zero no longo prazo. Os consumidores pagam um valor acima do custo marginal apenas devido à diferenciação. Assim, de fato, se a sociedade preza por diversificação, o que é razoável, não há motivos para que o governo interfira.

e) Errado! Discriminação de preços é uma coisa. Tarifação em duas partes é outra. Discriminação de preços de terceiro grau é cobrar preços distintos de grupos de consumidores diferentes. Tarifação em duas partes é cobrar um valor para a entrada e outro para as atrações dentro do parque, por exemplo. Ambas são formas de capturar excedente do consumidor, mas tarifação em duas partes não é exemplo de discriminação de preços de terceiro grau, como o final da alternativa propõe.

GABARITO: D

100) Ai determinar o modelo regulatório mais adequado, uma restrição surge quando as firmas a serem reguladas declaram custos excessivos nÃo observáveis pelo regulador com o objetivo de obter preços regulados maiores do que seus custos reais, ou quando o regulador pode subestimar os custos reais das firmas ou calcular equivocadamente a elasticidade-preço da demanda por seus produtos. Nesse caso, o regulador está diante do (a):

a) desregulação, em que o regulador mantém seu controle pelas atividades da firma

b) presença de externalidades, em que o regulador deve implementar um imposto pigouviano sobre a produção da firma

c) problema de perigo moral (moral hazard), em que o regulador evitaria assegurar a recuperação dos custos e fornecer renda informacional

d provisão ineficiente de um bem público, em que a implementação prática da solução de LIndahl pelo regulador impede a existência de caronas

e) problema de seleção adversa, em que o regulador precisa desenhar mecanismos para que as firmas revelem informações sobre suas estruturas de custos.

Comentários:

a) Não há que se falar em desregulação. O que há é um problema de assimetria de informações que precisa ser resolvido.

b) Errado. O enunciado trata de outra falha de mercado: assimetria de informações. Não faz sentido impor um imposto sobre a produção se sequer se sabe o verdadeiro custo dela.

c) Correto. O risco moral é uma falha de mercado decorrente de assimetria de informações pós contratual. Nesse caso, ao garantir a cobertura dos custos da firma sob qualquer termo, o regulador poderia premiá-la com um preço compatível com o custo informado, mas eventualmente bem acima do custo real.

d) Não estamos falando de bem público aqui, mas de uma empresa que oferta um serviço regulado, que pode perfeitamente (e tende a ser) rival e exclusivo.

e) É fato que o regulador, neste caso, precisa desenhar mecanismos para que as firmas revelem seus verdadeiros custos. Mas por que isso estaria relacionado à seleção adversa? O problema da seleção adversa é pré contratual e surge na situação em que o consumidor não sabe exatamente o que está adquirindo, de maneira que o equilíbrio se dá com o mercado negociando apenas bens de má qualidade ou mesmo desaparecendo.

GABARITO: C

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