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Proposta de Recurso – Português – TCU

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José Maria16/03/2022

16/03/2022

Prezados Alunos,

Foi divulgado o gabarito preliminar do concurso do TCU.

Proponho recurso em apenas 1(uma) questão.
A seguir minha sugestão de redação para esse pedido de revisão do gabarito preliminar.

É muito importante que você não o copie e cole simplesmente. Por favor, tome por base minha argumentação e redija um texto com suas próprias palavras, tudo bem?

Grande abraço e sucesso!

José Maria

Professor José Maria
Instagram: @professorjosemaria
– Telegram: t.me/professorjosemaria
– Youtube: /professorjosemaria

Questão 07 – Prova Tipo 1 – Branca

Muitas vezes, quando raciocinamos, cometemos erros, as chamadas falácias argumentativas, que podem ser produzidas a partir de premissas ou proposições falsas, conclusões inadequadas ou falhas lógicas.

Em todos os textos abaixo ocorrem falácias; o texto em que essa falácia está identificada de forma INCORRETA é:


(A) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se fundamenta em um só caso de experiência pessoal;

(B) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central da acusação, desviando o foco para as
pessoas responsáveis pelos ataques;

(C) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de clientes
diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários recebem aumentos constantes… em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda ou os
estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções extremadas, sem
considerar possibilidades intermediárias;

(D) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal ainda não
atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte;

(E) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração

Gabarito Preliminar: E

Sugestão de Recurso:

Leiamos o texto da letra E, apontada como gabarito da questão:

“O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram para a votação é claramente o mais adequado”

Resumidamente, o texto afirma que o candidato é melhor porque é o mais adequado, um raciocínio circular, que não justifica o juízo de valor. Em outras palavras, assume-se uma verdade e nada se faz para demonstrar sua validade. Dessa forma, entendo que a descrição apresentada para a falácia argumentativa seja válida – trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração.

Agora leiamos o texto da letra D:

Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal ainda não
atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre.


Ao se julgar a adequação ou inadequação de uma conclusão, devemos levar em consideração as premissas assumidas. Se a conclusão for decorrência das premissas, ela será adequada; senão, a conclusão será inadequada.

Pode ocorrer de as premissas serem falsas, mas a conclusão ser adequada. Como assim? Julgamos as premissas de acordo com a realidade; e a conclusão, de acordo com as premissas. Podemos, assim, partir de uma premissa falsa e chegar a uma conclusão válida, adequada.

Analisando o trecho, temos duas premissas – a primeira é a de que mais de três quartos daquele país passa fome; a segunda é a de que um país é considerado pobre se toda a sua população passar fome. Foi com base nessas duas premissas que se chegou à conclusão de que o país não pode ser considerado pobre.

Ora, claramente a segunda premissa é falsa: a fome não precisar atingir a todos para que seja atestada a situação de país pobre.

Temos, assim, o caso descrito de premissa falsa que leva a uma conclusão válida, adequada.

O problema não está na conclusão, como afirma o item. Esta é decorrência lógica das premissas.
O problema está na premissa.

Dessa forma, a descrição da falácia – “trata-se de uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte” – não é correta. A conclusão decorre sim das premissas.

Isso posto, solicito a mudança de gabarito para letra D.

José Maria

José Maria

Professor de Língua Portuguesa para concursos há 10 anos. Atuou como Consultor de Língua Portuguesa na CNI (Confederação Nacional da Indústria) no Projeto Educação Livre. É autor de livros e materiais didáticos para ENEM e Concursos Públicos. Formado em Engenharia Eletrônica pelo ITA.

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