José Maria • 28/11/2019
28/11/2019Prezados Alunos,
Eis minhas propostas de recurso que contestam o gabarito oficial divulgado pela banca FGV. Leiam com atenção a fundamentação e evitem simplesmente copiar e colar os textos aqui apresentados. Utilizem minha argumentação como modelo tão somente e escrevam seus recursos com suas próprias palavras, tudo bem?
Fico na torcida pelo sucesso de vocês.
Contem sempre comigo!
Professor José Maria
Instagram: @professorjosemaria
Questão 21 – Prova – Tipo 2
Esse pensamento apresenta um problema de raciocínio que é o de:
Gabarito Oficial: Letra C
Proposta de Recurso:
Contesto o gabarito oficial divulgado e proponho sua alteração para letra E, que diz “tirar conclusão de premissas falsas”.
Entende-se por premissa um ponto ou uma ideia de que se parte para armar um raciocínio.
O enunciador parte da premissa de que é uma mera coincidência o nome da descoberta e de seu descobridor serem os mesmos. Parte dessa premissa – que é falsa – para atestar sua crença em Deus. Conclui que Deus existe devido à série de coincidências apresentadas.
Ocorre que o autor parte de uma premissa falsa, pois não se trata de uma coincidência. Ora, as descobertas receberam os nomes apresentados porque eram esses os nomes de seus descobridores. Isso não se deu por acaso.
Chega a uma conclusão a partir de falsas premissas, dessa forma, o que valida a letra E.
A banca, no entanto, assinalou que houve uma confusão entre causa e consequência. Como dito anteriormente, as descobertas receberam os nomes citados (consequência) devido a esses serem os nomes de seus descobridores (causa).
Quando a banca afirma ter havido uma confusão entre causa e consequência, está querendo dizer que houve uma inversão dessas ideias: ao invés de afirmar que as descobertas tinham esses nomes por serem esses os nomes de seus descobridores, o texto teria afirmado que os descobridores tinham esses nomes, devido a esses serem os nomes de suas descobertas. Golgi se chamava Golgi, por ter descoberto o sistema de Golgi, por exemplo.
Isso obviamente é absurdo e não foi o que ocorreu no texto.
Em síntese, não houve uma confusão entre causa e consequência, e sim uma falsa suposição de que os nomes de descobridores e descobertas serem os mesmos configurava uma mera coincidência.
Isso posto, solicito a mudança do gabarito de C para E.
Questão 23 – Prova – Tipo 2
O primeiro parágrafo do texto 4 mistura dois tipos de textos, que são:
Gabarito Oficial: Letra A
Proposta de Recurso:
Primeiramente, apresentação do texto não deixa evidente os recuos que identificariam os inícios de cada parágrafo do texto.
Pela disposição das informações, é de se esperar que o primeiro parágrafo seja o abaixo reproduzido:
Assim que toca o sinal indicando o fim das aulas, um grupo de alunos sai correndo das salas. Eles não estão com pressa de ir embora, como seria de de esperar após nove horas e meia de atividade escolar, mas para ir ao pátio, onde vão ensaiar para a fanfarra ou treinar handebol.
Claramente há uma sequência de fatos, o que caracteriza a tipologia narrativa. Há também uma pitada de descrição, quando se menciona que os alunos não estão com pressa.
O texto, de natureza figurativa em seu primeiro parágrafo, baseia-se em elementos concretos. Não há nesse parágrafo uma temática bem definida – marca do texto dissertativo-expositivo -, e sim tão somente uma descrição de um episódio. Não há nesse parágrafo análises, conceituações, explicações – marcas do texto dissertativo-expositivo -, e sim tão somente o relato descritivo de um episódio escolar.
Isso posto, por ter natureza figurativa, não faz sentido identificar no 1o parágrafo uma tipologia dissertativo-expositiva.
Dessa forma, solicito a mudança do gabarito de A para B (narrativo/descritivo).
Questão 29 – Prova – Tipo 2
Gabarito Oficial: C (o valor advindo da educação para mulheres no Paquistão).
Proposta de Recurso:
O termo “empoderamento” dialoga com “poder”. A única opção em que essa ideia está explícita é a letra B (o poder político do ato de educar).
O exemplo das mulheres paquistanesas possui o propósito textual de defender a educação como um ato político, capaz de tornar o mundo mais igualitário. É isso que está explícito na passagem “Educação é um ato político”.
E o próprio título – “Empoderamento educacional” – deixa evidente que é dado poder à educação.
Dessa forma, solicito a mudança do gabarito para letra B (o poder político do ato de educar)
José Maria
Professor de Língua Portuguesa para concursos há 10 anos. Atuou como Consultor de Língua Portuguesa na CNI (Confederação Nacional da Indústria) no Projeto Educação Livre. É autor de livros e materiais didáticos para ENEM e Concursos Públicos. Formado em Engenharia Eletrônica pelo ITA.
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