Recurso concurso TJ GO: questão de História e Geografia

Olá, pessoal! Como sabem, o gabarito preliminar do concurso TJ GO foi publicado e vejo a possibilidade de recurso em uma questão sobre o tópico de história e geografia.

Abaixo, você pode conferir a minha argumentação. É importante que você não copie e cole as minhas palavras, e sim redija um próprio texto com suas palavras, pois a banca pode anular o seu recurso caso esteja parecido com o de outra pessoa, tudo bem?

Então, vamos lá. A questão que vejo recurso é a seguinte:

Questão 16 concurso TJ GO

Leia o poema do desembargador e poeta Félix de Bulhões (1845-1887)

Hino Abolicionista

No formoso horizonte goiano,

Retocado de cores gentis,

O cruel privilégio inumano

Terminou. Já não há mais servis.

O passado sepulte-se escuro

Ante a aurora que rósea brilhou:

Rio Branco liberta o futuro,

O presente ele aqui libertou.

Antônio Félix de Bulhões. Hino Abolicionista. Disponível em: <http://ermiracultura.com.br/2021/05/16/cinco-pocinas-de-felix-de-bulhoes/> . Acesso em: 15 de out. de 2021.

O poema expressa a contradição do século XIX em Goiás entre:

A) a luta contra a escravidão e o liberalismo goiano.

B) o engajamento dos agentes jurídicos e as leis vigentes.

C) a escravidão existente no Brasil e a democracia goiana.

D) a lei vigente no Brasil e na junta administrativa de Goyaz.

Gabarito preliminar: B

Gabarito extraoficial: A

Sugestão de recurso:

O poema “Hino Abolicionista” é um dos mais famosos de Felix de Bulhões, um poeta goiano conhecido pela defesa da libertação dos escravos.

A questão exige mera interpretação de texto para verificar que o autor evoca a ideia de igualdade e liberdade aos escravos goianos, em contradição à legislação vigente na época.

Na época do império, a legislação vigente não autorizava diretamente a escravidão, mas trabalhava com margens de interpretação e manobras que permitiam o regime escravocrata.

Em Goiás, o Partido Liberal Goiano foi fundado pela família Bulhões, apoiado pela família Caiado e pela Maçonaria. O autor do poema, Antônio Feliz de Bulhões, foi conhecidamente um maçom, liberal, monarquista e abolicionista.

De certa forma, também cabe uma interpretação correta da resposta do item de letra B, afinal, havia uma contradição entre o engajamento de agentes jurídicos (Bulhões era magistrado em Goiás) e as leis vigentes, que, mesmo sem expressa autorização da escravidão, abriam margem para a atividade.

Com isso, devido à margem interpretação dada pelo poema para duas respostas, cabe a anulação do item, pois existe a possibilidade de duas respostas corretas.

Grandes abraços, pessoal!

Professor Danuzio Neto

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