José Maria • 06/02/2019
06/02/2019Prezados Alunos,
Eis minhas propostas de recursos que julgo cabíveis.
Grande abraços a todos!
Professor José Maria
Instagram: @professorjosemaria
Questão – Com o emprego da expressão “assim como” (ℓ.12), estabelece-se uma relação de comparação entre ideias expressas no período.
A dileta banca organizadora considerou correto o item.
De fato, o conector “assim como” é utilizado em muitos contextos como comparativo de igualdade. No entanto, também é possível associar o sentido de adição a esse conector.
O trabalho dele é bastante elogiado pelos subordinados assim como o seu
= O trabalho dele e o seu são bastante elogiados pelos subordinados.
Ele gostaria de ser um grande jogador de futebol assim como seu pai o fora.
= Ele gostaria de ser um grande jogador de futebol tal qual seu pai o fora.
Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.
Fica forçoso, no meu entender, estabelecer uma comparação de igualdade entre as orações “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos” e “a organização do trabalho alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.”.
Isso posto, é mais coerente pensar numa relação aditiva entre essas orações, assim reescrita:
Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações entre os indivíduos E a organização do trabalho alterou-se bastante…
Peço, portanto, que a dileta banca considere esse item como ERRADO.
Questão: Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim reescrito: Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos existe pelas atividades do trabalho humano.
O conector
QUANDO tipicamente expressa TEMPO, mas também é possível que ele expresse a
ideia CONDIÇÃO.
Observemos as frases a seguir e suas respectivas
equivalências:
A torcida vaiou o técnico QUANDO anunciaram a substituição.
= A torcida vaiou o técnico NO MOMENTO EM QUE anunciaram a substituição.
QUANDO ele quer algo, não mede esforços.
= SE ele quer algo, não mede esforços.
No último caso, como identificamos a ideia de
condição? A concretização da condição implica um resultado, uma consequência. O
fato de ele querer algo implica não medir esforços.
Outro exemplo de QUANDO condicional:
Ele se
irrita QUANDO falamos sobre o
assunto.
A concretização da condição implica um resultado,
uma consequência. O fato de se falar sobre o assunto tem como implicação sua
irritação.
Analisemos o trecho do texto:
Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos existe pelas atividades do trabalho humano.
Note que a percepção de que tudo existe em função do trabalho depende de que prestemos atenção ao que está a nossa volta. Isso posto, o sentido original de CONDIÇÃO permanece com a reescrita proposta.
A dileta banca, em concurso para TRE/TO, realizado em 2017, considerou o valor condicional da conjunção QUANDO e sua equivalência com SE em construções como as descritas nesse recurso.
Observemos:
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Somente em um sistema de democracia indireta ou representativa existem partidos políticos. A democracia indireta ou representativa, segundo Kelsen, é aquela em que a função legislativa é exercida por um parlamento eleito pelo povo, e as funções administrativa e judiciária são exercidas por funcionários igualmente escolhidos por um eleitorado. Dessa forma, um governo é representativo quando os seus funcionários, durante a ocupação do poder, refletem a vontade do eleitorado e são responsáveis para com este.
Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos com maus olhos em um primeiro momento. Em seu início, não tinham sequer o respaldo da Constituição.
Kelsen explica que os partidos políticos surgiram porque, em uma democracia parlamentar, o indivíduo isolado tem pouca influência sobre a criação dos órgãos legislativos e executivos. Assim, para obter influência, ele tem de se associar a outros que compartilhem as suas opiniões políticas. Para o autor, o partido político é um veículo essencial para a formação da vontade pública em uma democracia parlamentar.
Ana Cláudia Santano. Os partidos políticos. Internet: <www.egov.ufsc.br> (com adaptações).
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a expressão “quando” fosse substituída por
a) conquanto.
b) à medida que.
c) enquanto.
d) se.
e) bem como.
O gabarito dessa questão foi letra D, atestando, assim, o valor condicional de QUANDO e sua equivalência com SE.
De forma similar, o fato de os funcionários refletirem a vontade do eleitorado implica que um governo representativo. Dito de outra forma, a concretização da condição implica a produção de um resultado.
Não obstante as evidências apresentadas nessa explicação, pode-se alegar o fato de os verbos estarem flexionados no subjuntivo na redação original (Se prestarmos…) e, na proposta de reescrita, no presente do indicativo (Quando prestamos…). No entanto, sabemos que o presente pode expressar vários sentidos além do de ação ocorrendo no momento da fala. No primeiro período do segundo parágrafo, o presente do indicativo faz menção a situações genéricas, não atreladas a um tempo específico.
Questão: A informação apresentada pela oração “nenhuma letra se igualando a outra” é redundante em relação à informação apresentada na oração imediatamente anterior, servindo para reforçar-lhe o sentido.
A oração imediatamente anterior citada no enunciado fala em nomes “completamente díspares”.
A dileta banca, ao assinalar o gabarito como CERTO, considerou a expressão “nenhuma letra se igualando a outra” redundante, ou seja, tal trecho nada agrega ao anterior, além de um mero reforço.
Isso nos leva a entender que nomes “completamente díspares” não podem necessariamente apresentar qualquer letra em comum.
Dito de outra forma, subentende-se que nomes completamente díspares apresentem obrigatoriamente todas as letras diferentes, de tal forma que dizer “nomes completamente díspares” e “nomes com todas as letras distintas” soa redundante.
Ora, tomemos como exemplo os nomes José e Vítor. Trata-se de nomes completamente díspares, sem similaridade alguma na combinação fonética ou mórfica entre seus elementos. No entanto, apresentam a letra O em comum.
Eles assim o são, porque nenhuma letra coincide.
Há, porém, outras razões para que nomes sejam considerados completamente díspares.
Peço, portanto, que a dileta banca considere esse item como ERRADO.
José Maria
Professor de Língua Portuguesa para concursos há 10 anos. Atuou como Consultor de Língua Portuguesa na CNI (Confederação Nacional da Indústria) no Projeto Educação Livre. É autor de livros e materiais didáticos para ENEM e Concursos Públicos. Formado em Engenharia Eletrônica pelo ITA.
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