Larissa Lustoza • 20/08/2019
Para diminuir a judicialização de temas previdenciários, o Ministério da Economia, o INSS, o CNJ e CNF se juntaram e lançaram a Estratégia Integrada para Desjudicialização da Previdência Social.
O lançamento ocorreu em cerimônia no STF. No evento, estavam presentes o ministro da Economia, Paulo Guedes; o presidente do INSS, Renato Viera; o presidente do STF e do CNJ, ministro Dias Toffoli; e o presidente do STJ e CJF, ministro João Otávio de Noronha.
O propósito é implantar medidas para prevenir ações na Justiça, estimular a resolução por consenso (conciliação) e melhorar o processamento das ações previdenciárias.
No lançamento da estratégia, o Secretário Especial Adjunto da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que “a finalidade da iniciativa não é só reduzir a judicialização de processos de concessão de benefícios, mas também de encontrar uma pacificação social”.
Atualmente, são 7 mil ações protocoladas por dia contra o INSS. De acordo com o STF, 48% dos processos novos na Justiça envolvem benefícios previdenciários e assistenciais. Em 2019, a previsão é de que os custos com a quantidade excessiva de processos supere R$ 5 bilhões.
Como consequência da estratégia, foi criado o Comitê Executivo de Desjudicialização e assinado um acordo de cooperação para compartilhar a base de dados. O comitê acompanhará a execução do plano nacional.
Dados geridos pelo INSS, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e CNJ serão intercambiados constantemente em sistemas corporativos.
A intenção é reduzir o número de perícias necessárias para aferir uma doença. Hoje, são cerca de R$ 220 milhões por ano gastos somente com perícias em processos judiciais ligados a benefícios previdenciários.
A medida pode ser uma resposta a Ação Civil Pública do MPF, impetrada neste mês contra a União. Em nota, o Ministério da Economia já havia informado que analisaria os pontos levantada pelo MPF.
A Ação Civil Pública foi impetrada após a recomendação do MPF ter sido negada pelo Ministério da Economia. Há diversos pontos mencionados pelo ministério a respeito do déficit de servidores, demora para oferta de benefícios aos cidadãos e quantidade crescente de processos judiciais.
A Ação Civil Pública também exigiu a contratação de temporários e a realização de um novo concurso. Com esse plano compactuado entre o Executivo e o Judiciário, pode ser uma forma que a União buscou para mostrar ao juiz que já buscou soluções para os problemas mencionados.
Entretanto, não há certeza se a medida será considerada, ao final do processo, como suficiente para os problemas evidentes na autarquia. O juiz pode exigir a realização de um concurso caso pense que o plano não é suficiente.
Atualmente, há um pedido de concurso público realizado pelo INSS ainda em análise. Foram pedidas 7.888 vagas, sendo 3.984 para nível médio. A remuneração inicial do cargo é por volta de R$ 5 mil.
Larissa Lustoza
Graduada em Jornalismo, já foi estagiária na área de Assessoria de Comunicação na Secretaria de Cultura do Distrito Federal, repórter por um ano no projeto de extensão da faculdade e estagiária no jornal online Metrópoles. Além disso, possui habilitação em design gráfico e em Lei de Acesso à Informação.
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