Em meio à pandemia do novo coronavírus o Brasil se viu refém da saúde pública e a importância do Ministério da Saúde, assim como seu representante e sua equipe técnica, veio a tona como peça fundamental para o enfrentamento e gestão da crise mundial (concurso Ministério da Saúde).
Em entrevista concedida nesta terça-feira (16/6), o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que foi exonerado após divergências com o então presidente da república, Jair Bolsonaro, destacou que a falta de atrativos para os profissionais e a “proibição” de concursos públicos por representantes da Economia são parte das consequências da falta de reforço na Pasta.
“Há muitos anos o pessoal do planejamento proíbe a realização de novos concursos e proíbem qualquer tipo de atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde. Então, nós temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério da Saúde que são da época de quando ainda faziam concursos […] esses são os primeiros a sofrerem quando fazem a retirada – troca do Ministro da Saúde”.
Além disso, Mandetta destacou que a troca e substituição de técnicos de carreira dentro do Ministério por militares sem experiência equivalente trará graves consequências que serão apresentadas no decorrer do tempo.
Para Mandetta a grave situação que envolve a troca repentina de Ministros da Saúde não é uma novidade já que há muitos anos o Ministério é usado como barganha política.
“No lugar desse pessoal de 30, 40 anos – de Ministério – estão colocando militares. O Ministério da Saúde um dia poderá ser olhado com maior carinho pelos presidentes […] é um Ministério muito utilizado para “toma lá da cá” […] A gente sempre viu o Ministério sendo usado em barganhas políticas”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que Mandetta se posiciona sobre a necessidade de pessoal e a realização de concursos públicos para a área da saúde.
Em coletiva de imprensa realizada no dia 8 de abril, o ex-ministro da Saúde cobrou a reposição de servidores no quadro de pessoal no estado do Rio de Janeiro, que na época era o epicentro do coronavírus.
De acordo com a autoridade “são hospitais – do estado do Rio – que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer um novo concurso público ou vai partir para a contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos de idade”.
Concurso Ministério da Saúde: edital para temporários
Em maio deste ano, o Ministério da saúde publicou um Processo Seletivo com o objetivo de contratar 5.158 profissionais de forma a atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Desse total, 2.360 vagas são para cargos de nível médio (técnico) e 2.798 vagas são para profissionais de nível superior.
O objetivo das contratação era a prestação de serviços de assistência e apoio à saúde, visando o combate ao novo coronavírus. De acordo com a Portaria Interministerial nº 12.683/2020, os contratos terão duração de 6 meses ou enquanto durasse o período de calamidade pública.
Os salários ofertados eram de R$ 1.700 a R$ 11.000 para jornadas de trabalho que variam de 24 a 40 horas semanais de trabalho.
As vagas foram divididas entre os seguintes cargos:
| Função | Número de vagas |
|---|---|
| Técnico em Enfermagem | 2.259 |
| Técnico de Laboratório | 101 |
| Médico Intensivista | 192 |
| Enfermeiro Intensivista | 100 |
| Fisioterapeuta Intensivista | 60 |
| Médico (Unidade aberta) | 606 |
| Médico (UBS) | 18 |
| Enfermeiro | 698 |
| Fisioterapeuta | 684 |
| Farmacêutico | 102 |
| Nutricionista | 57 |
| Biomédico | 61 |
| Fonoaudiólogo | 120 |
| Psicólogo | 100 |
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