Concurso público: ministra prevê mais de 20 mil contratações até 2026 e fala sobre Reforma Administrativa

A ministra do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, reafirmou a previsão de que o governo Lula contratará mais de 20 mil servidores aprovados em concurso público até o final do mandato, em 2026. O número é ainda maior do que a previsão inicial de 18 mil feita pela ministra ao assumir a pasta.

A confirmação veio em entrevista ao jornal Correio Braziliense, onde Dweck detalhou os planos para os próximos concursos e nomeações, um tema de grande interesse para milhões de candidatos em todo o país.

Concurso público: Vagas confirmadas e CNU

• Para 2026, a Lei Orçamentária já autoriza a contratação de 11.382 servidores por meio de concursos em andamento e novos que serão lançados.
• Desse total, 3.652 vagas serão preenchidas pelos aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU 2025), cujas provas estão marcadas para 5 de outubro.
• Devido ao ano eleitoral, todas as posse devem ocorrer até o final do primeiro semestre de 2026.
• Importante: Esses números não incluem as mais de 22 mil contratações previstas por universidades e institutos federais, que são de responsabilidade do Ministério da Educação.

A ministra destacou que o serviço público enfrenta um grande desafio: mais de 180 mil servidores devem se aposentar nos próximos 10 anos. As contratações recentes, com idade média em torno de 30 e 40 anos, são vistas como essenciais para renovar e rejuvenecer os quadros, substituindo uma força de trabalho com idade média próxima aos 60 anos.

Reforma Administrativa

Dweck afirmou que, na visão do governo, uma reforma administrativa já está em curso através de ações do MGI, sem depender, por enquanto, de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As principais medidas incluem:

• Reestruturação de Carreiras: 86% das carreiras tiveram seus planos alongados, passando a ter 20 níveis de progressão, para valorizar a experiência.
• Carreiras Transversais: Criação de carreiras como a de Analista Técnico de Política Social (ATPS) e consolidação da de Tecnologia da Informação (ATI). A ideia é ter servidores que possam atuar em diferentes áreas conforme a necessidade, aumentando a eficiência.
• Combate a Supersalários: Há uma convergência com o Legislativo sobre a necessidade de acabar com os supersalários, mas a ministra acredita que qualquer mudança mais profunda depende de um grande acordo entre os Três Poderes.

E a estabilidade? Vai acabar?

A ministra foi enfática: “Temos uma defesa sólida da estabilidade”. A contrapartida, segundo ela, é a implementação de um sistema robusto de avaliação de desempenho para garantir que a estabilidade não proteja maus servidores. O estágio probatório está sendo regulamentado para ser um período de teste efetivo.

Concurso público: Próximos passos para os candidatos

• 2025: A expectativa é que as nomeações dos concursos já autorizados (como Polícia Federal e CNU) continuem.
• 2026 (ano eleitoral): A previsão é de poucos editais novos. O foco será nomear os aprovados dos concursos já em andamento, com todas as posse ocorrendo até junho.

O próximo ano é mais difícil. Autorizações de novos concursos devem ser poucas. O que deve ter, tanto neste ano quanto no ano que vem, é a nomeação dos concursos que estão em curso, como Polícia Federal, Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), etc. Na sequência, devemos ter autorização para chamar parte do cadastro de reserva. Neste ano, vamos soltar um chamamento de alguns concursos. E, no ano que vem, mais um pouco. A nossa previsão é de que, para todos esses concursos que estão em aberto, as chamadas devem ser até o meio do ano. Estamos precisando de gente, então, quanto mais rápido conseguirmos chamar, melhor.

Além disso, a ministra celebrou o sucesso da política de cotas no primeiro CNU e destacou a nova regra de equiparação de notas para mulheres na segunda fase do CNU 2025. A meta é construir um serviço público com “a cara do Brasil”, ampliando a diversidade regional, racial e de gênero.

Concurso público: Panorama do CNU 2025

Organizado pela Fundação Getúlio Vargas, o CNU 2025 oferta 3.652 vagas para 32 órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, para cargos de níveis médio e superior de formação.

Veja a distribuição por bloco temático:

• Bloco 1 – Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência: 789 vagas
• Bloco 2 – Cultura e Educação: 130 vagas
• Bloco 3 – Ciências, Dados e Tecnologia: 212 vagas
• Bloco 4 – Engenharias e Arquitetura: 306 vagas
• Bloco 5 – Administração: 1.171 vagas
• Bloco 6 – Desenvolvimento Socioeconômico: 286 vagas
• Bloco 7 – Justiça e Defesa: 250 vagas
• Bloco 8 – Intermediário – Saúde: 168 vagas
• Bloco 9 – Intermediário – Regulação: 340 vagas

Os aprovados receberão salários iniciais de até R$ 17.726,42.

As avaliações objetivas serão aplicadas no dia 5 de outubro e terão as seguinte estrutura:

• Provas de nível superior
  • 90 questões de múltipla escolha com 5 alternativas (30 de conhecimentos gerais e 60 de específicos)
  • Das 13h às 18h (5h de duração)
• Provas de nível médio
  • 68 questões de múltipla escolha (20 de conhecimentos gerais e 48 de específicos)
  • Das 13h às 16h30 (3h30 de duração)

Já as provas discursivas, que serão realizadas realizadas no dia 7 de dezembro, serão aplicadas da seguinte forma:

• Nível superior
  • 2 questões discursivas
  • Das 13h às 16h
• Nível médio
  • 1 redação dissertativa-argumentativa
  • Das 13h às 15h