Maurício Miranda Sá • 01/08/2019
O MPF, Ministério Público Federal, entrou com ação civil pública (ACP) contra a União e o INSS para que contratem, por tempo determinado, funcionários suficientes para suprir suas necessidades.O prazo dado foi de até 45 dias .
Confira neste link a íntegra da ACP
Outro pedido feito pelo MPF foi a realização do concurso para provimento de cargos efetivos vagos, e que a autarquia federal INSS seja obrigada a informar, mês a mês, o tempo de análise dos pedidos solicitados.
Há prioridade na ação, pois o pedido foi realizado em caráter de urgência.
O Governo Federal, em julho deste ano (2019), informou que o quadro de cargos vagos no INSS era de 19 mil Técnicos e Analistas, além de mais de quatro (4) mil servidores aptos a se aposentarem.
Desse modo, o MPF acredita que o direito constitucional à seguridade social está sendo gravemente violado e, além disso, com a falta de estrutura física no instituto, não permite que usuários do sistema recebam seus benefícios.
O INSS confirma que existem milhares de requerimentos com análise pendente fora do prazo legal, alguns com atraso que ultrapassam um (1) ano.
As investigações realizadas pelo MPF mostraram que as medidas tecnológicas para facilitar o acesso e o requerimento de benefícios e de outros documentos, como o “Meu INSS” e o teleatendimento 135, não vêm garantindo tempo razoável de análise dos processos.
O fato é que os sistemas facilitam os pedidos, mas as análises, concessões ou negativas ainda dependem de servidores.
“Ainda que o teleatendimento 135 e o Meu INSS tenham, em tese, facilitado a formulação de pedidos à autarquia, esta não consegue processar, em prazo minimamente razoável, os requerimentos administrativos desencadeados por essas vias. É que as novidades tecnológicas não dispensam a atuação dos servidores para a análise e a decisão sobre o que foi requerido”, diz a ACP.
“a regularidade dos serviços públicos do INSS é fator decisivo para a prestação de condições mínimas de existência à maioria dos seus beneficiários, devendo, por isso, ser política pública priorizada pelo Administrador”, continuam as procuradoras da República Eliana Pires Rocha e Anna Paula Coutinho, responsáveis pela ACP.
Um outro ponto importante, é a crescente judicialização dos pedidos de benefícios previdenciários.
Quando não conseguem obter seus devidos benefícios previdenciários, dos quais tem direito em tempo razoável, a população acaba por ir à justiça para alcança-los.
O TCU, Tribunal de Contas da União, em 2016, afirma que 57,9% dos novos processos acionados na Justiça Federal tratavam de direito previdenciário.
Diversos juízes federais, em documento enviado ao Ministério Público, solicitaram a intervenção do MPF, para garantir respeito ao processo legal administrativo, o que não vinha acontecendo.
“o deslocamento da pretensão não atendida pelo INSS para o Judiciário implica altos custos. Além de duplicar trabalho já realizado administrativamente, os gastos do processo judicial representam 4 vezes mais que o processo administrativo: enquanto o trâmite de um requerimento administrativo custou, em média, R$ 894,00, um processo judicial de 1ª instância custou R$ 3.734,00”, ponderam as procuradoras do caso.
Para mais informações sobre a ação proposta para MPF contra o INSS e a União, acesse o site do Ministério Público Federal neste link.
Maurício Miranda Sá
Jornalista no Direção Concursos e Servidor Público Federal lotado no TSE (Tribunal Federal Eleitoral), estudou Jornalismo, Rádio e TV na UFRN, Publicidade na UNP, Gerenciamento de Projetos pela ESPM e atuou como assessor de comunicação em diversos órgãos e instituições, como o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contras as Secas), Sindifern (Sindicato dos Auditores Fiscais do RN) e, por cinco anos, foi responsável pela divisão de comunicação da empresa Temos Casa e Art Design, produtos que desenvolveu, produziu e dirigiu no Rio Grande do Norte, sendo um complexo de comunicação com programa de TV, programete de Rádio, revista e portal na internet.
Ver publicaçõesAcesse todas as aulas e cursos do site em um único lugar.
Utilizamos cookies para proporcionar aos nossos usuários a melhor experiência no nosso site. Você pode entender melhor sobre a utilização de cookies pelo Direção Concursos e como desativá-los em saiba mais.