Rafael Henze • 24/03/2020
24/03/2020Lava a mão, tira a roupa, isola a roupa usada na rua, tira o calçado na porta, entra com cuidado, higieniza o celular, os óculos, não encosta em nada, lava as mãos mais uma vez, toma banho, coloca a roupa pra lavar, higieniza as compras, descarta os pacotes com cuidado, revê as determinações de higiene, presta atenção em como a família está se comportando e, finalmente, lava as mãos mais uma vez.
O coronavírus nos inseriu a todos em uma realidade quase obsessiva de controle e cuidado com nossas atitudes e com as dos que convivem conosco. O crescente e preocupante contágio só não foi superado pela disseminação de uma mudança radical nos hábitos, principalmente nos grandes centros urbanos.
Famílias inteiras estão revendo as suas rotinas mais básicas, medindo cada passo, atentos, vigilantes e resolutos em combater a proliferação de um inimigo que em semanas passou de distante e ilustre desconhecido a uma funesta realidade.
Inadvertidamente, até o mais relapso entre nós (que pode muito bem ser este que vos escreve) viu-se inserido em uma rotina de policiamento de condutas e se pegou revendo seus procedimentos e o seu dia a dia, dedicado a prevenir um mal maior.
Fomos forçados, portanto, a criar ou aprimorar hábitos de excelência que nos mantivessem em constante precaução, uma vez que nosso zelo agora vai ser inversamente proporcional ao total de vidas ceifadas no futuro.
Em casos como o atual, qualquer cidadão que tenha o mínimo daquilo que o sociólogo francês Émile Durkheim chamou de “consciência coletiva” vai se aprumar, ainda que não figure na zona de perigo do vírus.
Em experimento documentado no livro “O Poder do Hábito”, um executivo oriundo da burocracia estatal norte americana foi alçado ao posto de CEO de uma grande empresa que se via claudicante diante de uma série de equívocos de diretorias pretéritas.
Logo em seu discurso de posse frustrou parte de sua audiência, ávida pelas novidades que salvariam a empresa, quando afirmou que sua prioridade seria atenção máxima à segurança no ambiente de trabalho.
Toda a cadeia produtiva, desde os altos executivos até o chão de fábrica passariam, por ordem, a cuidar minuciosamente de cada detalhe em sua jornada para zerar os acidentes de trabalho.
Sem perceber, todos foram compelidos a criar hábitos de excelência para evitar um mal maior.
Sem embargo dos excelentes resultados obtidos na área que se prestou a atacar (a segurança no ambiente de trabalho), o recém chegado chefe observou uma mudança geral na produtividade, com a reversão de um cenário de apreensão e incertezas para um horizonte de prosperidade e esperança.
Que relação haveria entre a segurança no ambiente de trabalho e a produtividade de toda a companhia?
Seria obra do acaso?
Não!
O novo chefe sabia que se os indivíduos da empresa concordassem em se tornar parte de uma nova rotina sedimentada em hábitos positivos, essa cultura de excelência e obediência às regras se alastraria e poderia ser a força motriz de toda uma mudança institucional.
E foi o que aconteceu.
Um hábito foi atacado e isso gerou uma reação em cadeia que foi mudando outros hábitos e acabou por mudar toda a organização.
Algo bem semelhante acontece quando conseguimos, por exemplo, nos concentrar em uma dieta por algum período e acabamos percebendo que estamos mais produtivos, estudando mais, malhando melhor ou aprimorando qualquer outro hábito não diretamente relacionado com o hábito originalmente atacado.
Charles Duhigg chamou isso de hábito angular!
Perceba a semelhança entre o que aconteceu nessa empresa e a situação em que nos encontramos exatamente agora.
Tente imaginar como esses novos hábitos de excelência recém adquiridos podem desencadear uma sequência de mudanças em seu comportamento que alcance também seus estudos! É hora de melhorar o seu estudo na quarentena!
Aproveite que já está tendo que estabelecer uma rígida rotina e estenda isso até o seu relacionamento com os livros. Entenda essa grave crise como uma oportunidade de redobrar seus esforços pela aprovação ou, por que não, iniciar um projeto em busca de um cargo público.
Não falta conteúdo grátis e de qualidade em nosso site para te ajudar!
Empurrado para a reclusão em quarentena o recomendável é cuidar da alimentação para manter que a imunidade se mantenha elevada. Muitos conseguem aderir a algum programa de exercícios em casa, por conta própria ou utilizando os recursos de um aplicativo, ou televisão.
É fundamental ainda manter a atenção redobrada nas finanças pessoais para que estejamos resguardados em possíveis emergências. Observamos ainda diversos relatos de estreitamento de laços familiares, aprimoramento de habilidades como a culinária ou de dotes musicais, sem contar na boa faxina em casa que ainda tem tudo a ver com a limpeza necessária nesse momento.
Já que você está fazendo tudo tão certinho, siga assim também com seus estudos. Vai perceber que essa alteração de hábitos sobre a qual falamos vai ajudar bastante a correção dos seus rumos em outras áreas também!
Está organizando sua casa? Aproveite para revisitar (ou inaugurar) seu cantinho para os estudos. Limpe com calma vislumbrando um novo relacionamento com esse lugar, visualize seus estudos fluindo com a mesma disciplina recém adquirida para lidar com a quarentena.
Está se programando financeiramente? Pense naquele seu cargo dos sonhos, imagine que muitos dos seus futuros colegas estão hoje em home office, com um salário digno, garantido, e com tempo suficiente para cuidar da família, reforçando ainda mais os laços que a quarentena estreitou.
Imagine atravessar turbulências sem preocupação com as oscilações de mercado ou com uma demissão imotivada.
É possível!
Você está conseguindo lidar com algo extremamente complicado sem perder o foco ou se desesperar.
É possível!
Nas palavras de Josh Billings, “a vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem”.
As cartas no meio de uma pandemia que enfiou o planeta em uma de suas piores crises nos últimos anos não são as melhores, confesso.
Faça o seu melhor jogo com elas!
Pode me procurar no @prof.henze se quiser alguma ajuda.
Rafael Henze
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