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Concurso PM AL: candidato preso detalha fraude; aprovados temem interferência política

Concurso PM AL: candidato preso detalha fraude; aprovados temem interferência política

Compra de gabarito mediante pagamento com terreno, possível envolvimento de políticos e questões de matemática de altíssimo nível assinaladas sem conta. Tudo isso ronda o esquema de fraude que cancelou o concurso PM AL (Polícia Militar de Alagoas) e os demais da segurança do estado.

O Direção Concursos teve acesso ao documento da defesa de Willamys Dias Soares, acusado de participar da fraude do certame. Os advogados tentam a liberação do cliente. No entanto, o pedido em questão foi negado pela Justiça.

O documento ainda traz diversas informações de como teria sido articulado o esquema que fez com as provas do concurso PM AL acabassem canceladas, além de trazer questionamentos sobre o cancelamento da aplicação das provas, em especial pelos candidatos que conquistaram a aprovação de forma legítima no certame de “alto nível”, na avaliação do professor Arthur Lima, coordenador do Direção Concursos.

No decorrer desta matéria, você terá acesso ao que diz Willamys e o que diz a investigação. Aparentemente, a quadrilha utilizou ponto eletrônico para fraudar o certame.

Concurso PM AL: depoimento do acusado

Um dos argumentos da defesa de Willamys é de que o acusado está ajudando nas investigações. Os autos trazem, inclusive, a forma como o preso narrou os fatos sobre a compra do gabarito.

Na primeira parte do depoimento, o acusado diz que um homem conhecido como “Negão” foi quem o procurou para “mudar de vida”. A abordagem teria acontecido na Feira do Rato, em Maceió, capital alagoana. Além disso, ele afirma que o pagamento seria feito no ato da entrega do gabarito. Vale lembrar que esta é a versão do preso, que não condiz necessariamente com a verdade.

concurso pm al depoimento

Na sequência, “cerca de três dias antes da prova”, como relata o depoimento, Willamys recebeu de uma pessoa, em um carro preto não identificado, um papel com 60 questões certas da prova do cargo de soldado do concurso PM AL. As demais seriam erradas, de acordo com a quadrilha de “Negão”.

O acusado ainda conta que, até a data da prova, ficou decorando algumas questões que estariam na prova. Confira o segundo trecho:

concurso pm al depoimento

Por fim, Willamys ainda alega que depois que foi preso pela participação na fraude, sua vida “virou de cabeça para baixo” e que não sabe se “Negão” vendeu o gabarito para mais pessoas. Ele encerra dizendo que não repassou o gabarito para ninguém, e que queria proporcionar uma vida melhor para sua esposa e seus filhos.

depoimento concurso pm al 3

Uso de ponto eletrônico: apesar de ter alegado o recebimento o gabarito com antecedência, ficou comprovado que Willamys recebeu um ponto eletrônico para ouvir as respostas da prova.

concurso pm al conversa

Nilson, com quem Willamys conversa, é marido de uma candidata aprovada no certame, com pontuação semelhante a do candidato preso.

Em mensagem analisada, ainda pode-se notar que outras pessoas estão testando o aparelho que seria utilizado durante as provas:

concurso pm al conversa 2

Nos autos, a conclusão é de que Willamys e outros candidatos utilizaram ponto eletrônico durante a realização das avaliações do concurso PM AL. O responsável pela entrega do aparelho, pontue-se, é acusado de fraude em mais de 60 certames e irmão de um secretário municipal da cidade de Joaquim Gomes.

Concurso PM AL: questões difíceis sem conta

Dentro do documento expedido pela defesa de Willamys, a prova realizada pelo acusado pode ser analisada. Chama a atenção que o candidato realmente assinalou apenas as questões certas e ignorou as demais no caderno de provas. Confira:

concurso pm al prova

Além disso, na avaliação do professor de RLM e Estatística Arthur Lima, algumas questões “nada triviais” foram assinaladas sem nenhuma operação matemática.

concurso pm al prova

Concurso PM AL: política envolvida?

Outro aspecto que chama atenção no documento é o possível envolvimento de pessoas relacionadas a políticos do interior do estado de Alagoas, mais especificamente nos municípios de União dos Palmares e Joaquim Gomes.

Os juízes da 17ª Vara Criminal da Capital apontam possíveis envolvidos no esquema de compra e venda de gabaritos para o certame. “Todos eles (candidatos investigados) têm, ou tiveram, algum tipo de elo entre a câmara de vereadores do município, seja laboral ou parental”, aponta o trecho.

Irmãos, filhos e amigos de vereadores são citados pelos juízes. A maioria com um ponto em comum: jamais fizeram concurso público ou apenas conseguiram bons resultados nos certames recentes da segurança alagoana. Para finalizar, notou-se que os investigados marcaram, acertaram e erraram as mesmas questões.

Dos aprovados, 19 jamais haviam feito inscrição em certames da banca Cebraspe. O 3° e o 5° colocado, aliás, possuíam cartões-resposta idênticos. Sete suspeitos já eram mapeados por sindicância interna da própria empresa organizadora.

Além disso, as autoridades ainda mapearam que algumas questões com alto índice de acerto foram assinaladas de forma incorreta pela maioria dos suspeitos. O baixo desempenho de suspeitos nas provas discursivas também foi um ponto analisado.

Aprovados questionam

Vale lembrar que, pelos motivos expostos nesta matéria, o concurso PM AL teve suas provas canceladas, bem como os certames da PC AL e da PP AL. Leia aqui e entenda.

A reaplicação das provas, inclusive, já está sendo estudada para os seguintes dias:

  • Concurso Bombeiro Alagoas – prova objetiva em 22 de janeiro de 2022
  • Concurso PM AL – prova objetiva em 23 de janeiro de 2022
  • Concurso PC AL – prova objetiva em 30 de janeiro de 2022

Porém, aprovados de forma legítima no concurso PM AL questionam o cancelamento das provas. Para o grupo, é possível a identificação e punição dos envolvidos no esquema. Em uma publicação em rede social, o perfil dos aprovados questiona os motivos do cancelamento.

“Como pode ser observado, ocorre a menção clara de pessoas com relação íntima com vereadores e pessoas influentes. Resta saber se o motivo da anulação das provas foi de fato para garantir a lisura dos certames ou uma forma de impedir que os responsáveis de peso sejam descobertos”, diz um post.

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