Danuzio Neto • 16/04/2020
16/04/2020Em algum momento de 2017, um senhor corpulento e com cãs sentou na beira da cama pensando no futuro próximo.
O homem precisava de votos.
Àquela altura, pela primeira vez nos sessenta e nove anos da entidade, a escolha do Diretor-Geral da OMS deixaria de ser feita pelo Conselho Executivo (então formado por 34 pessoas) e passaria a ser feita por eleição, por meio do por voto secreto dos 194 países que formam a Assembleia Mundial da Saúde. Os votos que o homem, à beira da cama, almeja.
Como em qualquer eleição, o homem analisa onde está o seu eleitorado. É o instinto da natureza política.
A nova dinâmica da escolha de Diretor-Geral da OMS reforçou o poder dos países em desenvolvimento, mais numerosos no globo. Mas reforçou, especialmente, o motor por trás desses países.
Os Estados Unidos ainda possuem o maior PIB do planeta. Mas, desde 2013, é a China a maior potência comercial do globo. É a China que, em dólares, mais faz comércio com o resto do planeta, especialmente com os países em desenvolvimento, de quem importa matérias-primas aos bilhões.
Em fevereiro de 2017, três meses antes da eleição de Adhnom, o governo chinês anunciou o que ficou conhecido como a Nova Rota da Seda (One Belt One Road), o maior plano de investimentos da história da humanidade. Um megaprojeto orçado em US$ 5 trilhões. Um valor quase 40 vezes o valor atualizado do Plano Marshall, que os EUA criaram para reconstruir a Europa após a 2a Guerra Mundial.
Ao longo dos próximos 40 anos, os recursos da Nova Rota da Seda serão destinados a 65 países, que juntos concentram 63% da população global. Todo esse dinheiro irá financiar portos, rodovias, ferrovias, gasodutos, oleodutos e centros de distribuição, em Estados que, coincidentemente, votaram em Tedros Adhanom Ghebreyesus, em 2017.
Não foi um espanto, portanto, que Tedros Adhanom, então com 52 anos, tenha superado o britânico David Nabarro, apoiado pelos Estados Unidos, ao conseguir 72% dos votos possíveis.
Em algum momento de 2017, o homem que precisava de votos deitou na sua cama aliviado e pensou: eu consegui.
(Quem aparece segurando a mão de Tedros, na foto, é Margaret Chan, chinesa que comandou a OMS durante 10 anos).
Se você quiser se manter informado sobre o novo coronavírus e outros assuntos que podem ser cobrados numa discursiva, participe do canal de Atualidades que tenho no Telegram ou me siga no Instagram clicando AQUI.
CLIQUE AQUI PARA PARTICIPAR DO CANAL DO TELEGRAM
Danuzio Neto
Professor de Geopolítica, Atualidades, Ética, Geografia e História para concursos. É Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo, tendo exercido também os cargos de Técnico Judiciário do TRT da 16ª Região e Escriturário do Banco do Brasil. É formado em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão.
Ver publicaçõesAcesse todas as aulas e cursos do site em um único lugar.
Heitor Ferreira • 6 de agosto de 2024
O Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR), do Exército Brasileiro, merece destaque pelo impacto significativo que tem no esporte brasileiro. A ação teve papel fundamental nos bastidores das Olimpíadas 2024, sediadas em Paris. Confira como membros do Exército Brasileiro que se dedicam ao esporte tem sido erguidos às competições internacionais por meio deste projeto. […]
Fique por dentro dos novos editais e de todas as principais notícias do mundo dos concursos.
Utilizamos cookies para proporcionar aos nossos usuários a melhor experiência no nosso site. Você pode entender melhor sobre a utilização de cookies pelo Direção Concursos e como desativá-los em saiba mais.